Michelle Barros
Fotos Ramon Vasconcelos/TV Globo
A jornalista Michelle Barros no estúdio do SPTV; ela cobre férias de César Tralli
DANIEL CASTRO
Publicado em 27/6/2016 - 5h25
Há um ano, quando a Globo se viu desfalcada de apresentadores de telejornais em São Paulo, a alagoana Michelle Barros não pensou duas vezes: pediu para fazer teste. Foi bem e, com um nervosismo natural, estreou na bancada do SPTV em 5 de setembro. Vários plantões depois, a repórter ganhou na semana passada sua maior oportunidade até agora. Está cobrindo as férias de César Tralli na primeira edição do telejornal paulistano. Aos 37 anos, Michelle entrou definitivamente para o clube das apresentadoras substitutas de São Paulo, ao lado de Glória Vanique e Izabella Camargo. De "família simples" do Nordeste, ela já se considera uma "vitoriosa".
Na Globo há pouco mais de seis anos, Michelle chama a atenção nos bastidores pela competência e pela beleza. É uma repórter completa, que apura, escreve e edita seus videotapes, quase sempre criativos. É vista como uma apresentadora "autêntica", que não faz tipo. Os mais críticos, no entanto, a consideram exagerada. Não foram poucos os jornalistas que fizeram cara feia pela sua empolgação na cobertura do último Carnaval, quando sambou com foliões. Na internet, foi chamada de bêbada.
Michelle também faz sucesso com os homens. Bela e sensual, ela é chamada nos corredores de "Cura Gay" e "Espetáculo". Mas não dá bola, ignora o assédio. Leia entrevista concedida por Michelle ao Notícias da TV, via e-mail, intermediada pela área de Comunicação da Globo:
Você nasceu e se formou em Alagoas. Como foi o início da carreira? Por onde passou? O que fez? Quais obstáculos superou?
Sim. Sou de Maceió e me formei lá. Passei por todas as emissoras de TV locais até ser contratada como editora e apresentadora do telejornal local ALTV 1ª Edição. Quando comecei a trabalhar na reportagem, com as funções de repórter e apresentadora, meu trabalho começou a ser mais visto. Foi como repórter que tive a chance de vir para São Paulo, pois sempre quis trabalhar na Globo.
Como e quando veio parar na Globo de São Paulo?
Os repórteres de rede sempre se reúnem com a chefia de cada telejornal nacional algumas vezes no ano. Foi em um desses encontros que recebi o convite. Já faz mais de seis anos. No início, por um ano, fiquei "emprestada" pela afiliada da Globo de Alagoas. E, logo depois, fui contratada em São Paulo.
O que fez para perder o sotaque?
Nunca tive muito sotaque, apesar de minha família ter bem carregado. E como sempre quis trabalhar fora... Sou fácil de pegar sotaques. Então, foi fácil acostumar.
Você se considera uma repórter completa? O que mais gosta e o que não gosta de cobrir?
Na maioria das vezes, o repórter não consegue fazer todas as etapas do trabalho sozinho. E todos os meus colegas repórteres sabem cumprir todas as etapas da reportagem com louvor. Sendo assim, acho que faço meu trabalho. Apenas isso. Ninguém é completo porque sempre precisamos aprender mais. E gosto de cobrir muitas coisas, mas prefiro assuntos bacanas, alegres, de boas notícias.
O que um bom jornalista precisa ter hoje em dia?
Um bom jornalista precisa ouvir. Isso vale pra ontem, hoje e pra amanhã. É o mais importante.
A repórter Michelle Barros se vê refletida em teleprompter, aparelho em que lê as notícias
Verdade que você se ofereceu para fazer teste quando soube que a Globo procurava apresentadores substitutos em São Paulo, no ano passado? Qual foi sua reação quando soube que iria estrear no SPTV 2ª Edição?
Quando eu cheguei na Globo em São Paulo, a direção já tinha meu material de apresentação. E, vez ou outra, eu converso com minhas chefes sobre carreira. Então, elas já sabiam e tive a chance de fazer alguns pilotos. E, claro, fiquei muito feliz quando soube que iria cobrir o [Carlos] Tramontina. Ele é um exemplo de profissional.
No Carnaval deste ano, você foi muito criticada (e elogiada também) nas redes sociais. Você chegou a fazer alguma autocrítica? Considera que exagerou, se empolgou demais?
Eu amo fazer Carnaval e já faz tempo que participo das transmissões em São Paulo. Conheço as pessoas das escolas e me sinto à vontade. Eu tenho um lado sério e outro lado bem descontraído. Eu li as críticas, ouvi o que me disseram e levei tudo em consideração. Não sei se exagerei, mas, com certeza, sou empolgada com Carnaval.
Quais são suas ambições? Pretende continuar até o fim da carreira no jornalismo ou gostaria de tentar o entretenimento um dia? Bancadas do Jornal Nacional ou Fantástico estão no seu horizonte?
Eu estou trabalhando. Cada passo, um passo. Sou do Nordeste, de família simples, então já me considero vitoriosa.
Você é uma mulher muito bonita. Como lida com o assédio no trabalho, das fontes e de telespectadores?
Obrigada pelo elogio. Mas não tem assédio. Se alguém ultrapassar o limite, simplesmente ignoro.
Que cuidados toma com corpo e com a alimentação?
Costumo treinar sempre que dá, sim. E cuido da alimentação, mas sem neuroses. Não como fritura e evito doces. Mas isso um monte de gente faz. É recomendação médica... Rs.
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