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IAN BRAGA

Ator leva a cultura mineira para o mundo no Globoplay: 'Sem neutralizar meu sotaque'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Ian Braga tem expressão de surpresa em cena do especial Vivo ou Morto

Ian Braga é o protagonista do especial Vivo ou Morto, que estreia no Globoplay neste sábado (23)

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 23/12/2023 - 10h00

Nascido em Minas Gerais, Ian Braga sempre ouviu que, se quisesse seguir o sonho de ser ator, precisaria se mudar para o Rio de Janeiro. Foi para lá aos 17 anos e aprendeu a controlar sua prosódia típica para conseguir mais papéis. Mas, curiosamente, seu primeiro protagonista na TV surgiu justamente em um projeto mineiro. "Posso falar sobre a minha cultura, levar isso pro Brasil e pro mundo inteiro. E sem neutralizar meu sotaque!", valoriza.

Braga é o astro do especial de fim de ano Vivo ou Morto, projeto da Globo Minas que será disponibilizado no Globoplay neste sábado (23). No telefilme, ele interpreta Chico Santo, artesão do interior mineiro que precisa forjar a própria morte depois de se encrencar com um homem perigoso. Só que as obras do "morto" começam a vender como água, e ele cogita "ressuscitar" para aproveitar a fama e a fortuna que nunca teve enquanto estava "vivo".

"Acho muito curioso que eu me mudei pro Rio, até peguei algumas pontas [nas novelas Órfãos da Terra e Topíssima, por exemplo], mas as oportunidades grandes surgiram mesmo na minha terra, tive que voltar para cá para vivê-las", conta Braga em conversa exclusiva com o Notícias da TV.

"É especial para mim, porque é um resgate cultural, né? A gente é ensinado a neutralizar o sotaque para ter mais chances, mas pro Chico Santo eu tive que resgatar o meu sotaque e ainda ir além, precisei fazer treinamento de prosódia, porque ele é de uma cidadezinha do interior. Mas é claro que vai muito além do sotaque. Foi gostoso conviver com as pessoas dali, escutar..."

"Para mim, Vivo ou Morto é um encontro da minha história com a arte. O Chico também vende a arte dele, tem uma devoção pelo que ele faz, acredita que aquilo tem valor, sente prazer fazendo arte. Comigo, é a mesma coisa, atuar me deixa feliz, faz sentido para mim. Acho que todo mundo tem um artista preso dentro de si, só precisa encontrar uma maneira de liberar", diz o ator.

Braga não precisou forjar a própria morte para fazer sucesso, mas admite que chegou a refletir bastante sobre seu futuro como ator. "Nunca a ponto de querer jogar tudo pro alto e desistir, mas já me questionei muito sobre as dificuldades de ser artista. Só que nunca me vi fazendo outra coisa, então aos trancos e barrancos vamos indo (risos)."

Depois de Vivo ou Morto, Ian Braga já emplacou outro projeto na televisão --agora na Rede Minas. É a série 1986, uma comédia de época sobre a dona de um açougue que precisa se reinventar com a falta de carne vermelha no governo de José Sarney. "Eu nem era nascido na época, tive que estudar muito, entender a política, os costumes da época", ressalta.

Um diferencial da série é que ela foi dispensou as grandes câmeras e foi rodada toda em iPhones. "Como o celular é pequeno, muitas vezes a gente nem sabe onde a câmera está. Então, você fica totalmente comprometido com a cena, não dá para ficar namorando as lentes gigantes (risos). Você tem que confiar no trabalho do câmera e apenas viver as cenas ali", compara.

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