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CASO DE POLÍCIA

Assédio, agressão e racismo: Cinco famosos que queimaram o filme em 2017

Reprodução/TV Globo/RecordTV

William Waack (à esq.) foi afastado da bancada; Marcos Härter acabou expulso do BBB - Reprodução/TV Globo/RecordTV

William Waack (à esq.) foi afastado da bancada; Marcos Härter acabou expulso do BBB

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 22/12/2017 - 5h29

O glamour de trabalhar na TV parece transportar os famosos para um mundo paralelo, onde tudo é permitido. O ano de 2017 provou que as coisas não são bem assim. Na meca da fama, Hollywood, ícones como Kevin Spacey e Harvey Weinstein foram derrubados após denúncias de abuso sexual. No Brasil, acusações de assédio e racismo tiraram do ar nomes celebrados, como o ator José Mayer e o jornalista William Waack.

Decidida a não ser associada a figuras polêmicas, a Globo também cortou relações com Thogun Teixeira, acusado de estupro. Ele teria um papel de destaque na minissérie Ilha de Ferro, mas foi tirado do elenco. Como disse ao Notícias da TV Sergio Valente, diretor de Comunicação da emissora, é necessário colocar o compromisso social em prática mesmo quando ele é doloroso.

Fora da Globo, a situação é um pouco diferente para os famosos. O apresentador Marcão do Povo ganhou uma "recompensa" depois de fazer comentários racistas contra a cantora Ludmilla: demitido da afiliada da Record em Brasília, foi chamado por Silvio Santos para apresentar um jornal nacional no SBT.

Já o médico Marcos Härter, expulso do Big Brother por agredir Emilly Araújo, ganhou uma segunda chance de se tornar milionário ao ser confinado em A Fazenda. Segundo Rodrigo Carelli, diretor do reality rural, o programa da Record permite que agressores demonstrem regeneração em frente às câmeras.

Confira cinco famosos brasileiros que queimaram o filme em 2017:

reprodução/recordtv

Marcão causou revolta ao chamar Ludmilla de 'pobre e macaca': segundo ele, não é racismo

Marcão do Povo
Em 17 de janeiro, Marcos Paulo Ribeiro de Morais virou assunto em todo o país ao se referir à cantora Ludmilla como "macaca". Então chamado de Marcão Chumbo Grosso e apresentador do Balanço Geral DF, Morais se revoltou com a notícia de que a funkeira se recusou a atender fãs. "É uma coisa que não dá para entender. Era pobre, macaca...", disse, ao vivo.

Marcão se defendeu, dizendo que a expressão "pobre macaco" é regional e não tem significado racista. Mas a Record não comprou a desculpa e demitiu o apresentador. Menos de um mês depois, com o apelido mais brando de Marcão do Povo, ele assinou contrato com o SBT. Atualmente, divide o Primeiro Impacto com o jovem (e também controverso) Dudu Camargo.

reprodução/tv globo

Em uma discussão acalorada com Emilly, Marcos foi acusado de agredir a então namorada

Marcos Härter
Casal protagonista do BBB 17, Marcos Härter e Emilly Araújo tiveram uma relação tumultuada no reality: brigavam e faziam as pazes várias vezes por dia. Em uma festa, porém, o médico deu fortes beliscões no braço da namorada, que ficou marcada por hematomas. A Globo expulsou Härter do programa em 10 de abril, a poucos dias da final _ele era favorito ao prêmio.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o médico negou a agressão: "Eu peguei no braço, não teve apertão. A gente faz prova toda hora, fica lanhado, fica roxo. Foi uma discussão pesada, que não é normal, concordo, mas é fruto de um confinamento".

Cinco meses após ser expulso do BBB, Härter voltou a ser confinado em um reality show. Desta vez, em A Fazenda, da Record. Lá, ele dividia espaço com outro acusado de agressão, Yuri Fernandes. Com um fã-clube dedicado, o médico conseguiu chegar à final _ficou em segundo lugar, atrás de Flávia Viana, do BBB 7.

reprodução/tv globo

Galã de novelas da Globo, José Mayer foi acusado de colocar a mão na genitália de figurinista

José Mayer
Em 31 de março, um relato da figurinista Susllem Tonani ao blog #AgoraÉQueSãoElas acusava o ator José Mayer de assédio sexual. Entre outras coisas, ele teria colocado a mão na genitália da profissional enquanto os dois estavam em um camarim da Globo, na presença de outras pessoas.

Dias depois, Mayer divulgou uma carta em que admitia o erro e se declarava "fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem". O ator também afirmava que o mundo havia mudado e que ele queria mudar junto.

A Globo suspendeu Mayer de todas as suas produções por tempo indeterminado _ele estava escalado para a próxima novela de Aguinaldo Silva, prevista para o segundo semestre de 2018, mas não participará da obra. Funcionárias da emissora também fizeram um protesto e foram trabalhar vestindo uma camiseta com a frase "Mexeu com uma, mexeu com todas".

reprodução/internet

Ao lado do comentarista Paulo Sotero (à esq.), Waack disse que buzinar 'era coisa de preto'

William Waack
Em 8 de novembro, um vídeo controverso começou a circular nas redes sociais: gravado exatamente um ano antes, data da vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, mostrava o âncora do Jornal da Globo, William Waack, fazendo comentários de cunho racista a um motorista que buzinava nas ruas de Washington. "É coisa de preto", criticava.

Waack não voltou mais à bancada do Jornal da Globo. A emissora decidiu afastar o jornalista por tempo indeterminado. Em texto lido pela substituta Renata Lo Prete no ar, deixou claro seu posicionamento. "A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante", afirmou.

O jornalista não se pronunciou publicamente sobre o tema. No mesmo texto lido por Renata, Waack afirmou apenas não se lembrar do ocorrido e pediu "sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação".

divulgação

Acostumado a viver bandidos, Thogun Teixeira foi acusado de crime também fora do estúdio

Thogun Teixeira
O rapper e ator Thogun Teixeira, que atuou na série Filhos do Carnaval (2006-2009) e na novela A Favorita (2008), foi acusado em novembro de estuprar uma camareira e tentar abusar de uma assistente de figurino que trabalhavam com ele no longa A Volta, rodado no interior de São Paulo.

Teixeira negou o crime e falou que a relação com a camareira foi consensual. No entanto, ele foi afastado do elenco de Ilha de Ferro, que já estava em produção na Globo: Thogun interpretaria o petroleiro Fiapo, melhor amigo de Dante (Cauã Reymond). Com sua saída, o papel ficou com Jonathan Azevedo (o Sabiá de A Força do Querer).

A participação do ator em A Volta também foi cortada: o diretor Ronaldo Uzeda preferiu tirar as cenas do rapper até que a situação seja esclarecida. Thogun deve aparecer no primeiro episódio da série Carcereiros, prevista para abril na Globo: ele interpreta Engenheiro, líder de uma facção que controla o setor do presídio em que o personagem de Rodrigo Lombardi trabalha.

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