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BRIGHT

Will Smith, fadas e monstros são aposta da Netflix para concorrer ao Oscar

Fotos: Matt Kennedy/Netflix

Will Smith (à esq.) e Joel Edgerton em cena de Bright: maquiagem pesada pode render prêmio - Fotos: Matt Kennedy/Netflix

Will Smith (à esq.) e Joel Edgerton em cena de Bright: maquiagem pesada pode render prêmio

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 22/12/2017 - 5h18

De olho na estatueta do Oscar, a Netflix estreia nesta sexta-feira (22) o filme Bright, superprodução orçada em US$ 90 milhões e estrelada por Will Smith, que vive um policial em uma Los Angeles habitada por fadas, elfos e orcs. Apesar de poder disputar em categorias como canção original e até filme, o longa tem chances reais de cravar uma indicação a melhor cabelo e maquiagem.

Seria a primeira nomeação da plataforma de streaming com uma obra de ficção _a Netflix já foi indicada a melhor documentário cinco vezes e ganhou no ano passado o Oscar de curta documental com Os Capacetes Brancos.

A sorte sorri para Bright na categoria de maquiagem por dois motivos: primeiro, o trio formado por Christopher Allen Nelson, Alessandro Bertolazzi e Giorgio Gregorini já levou uma estatueta dourada na mesma categoria neste ano, por Esquadrão Suicida; segundo, a pré-lista de indicados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tem apenas sete filmes, que disputam as três vagas finais.

Em questão de probabilidade, Bright tem bem mais chances com apenas seis concorrentes à estatueta de maquiagem do que contra os 340 longas que disputam com ele uma vaga a melhor filme, ou mesmo contra as 69 músicas que competem com World Gone Mad por uma indicação como canção original.

A maquiagem de Bright é, realmente, um dos pontos altos da produção: o ator Joel Edgerton fica irreconhecível escondido em uma máscara que o transforma no policial orc Nick Jacoby, parceiro de Ward (Will Smith).

"Era um processo diário que levava entre três e quatro horas. Depois, quando eu tirava a maquiagem e passeava pela equipe, ninguém me reconhecia. 'Quem é esse cara?', perguntaram", contou Edgerton, de passagem pelo Brasil no início do mês.

"Eu realmente não invejo Joel por passar por todo esse processo. Eu levava uns sete ou oito minutos para ficar pronto, então enquanto ele estava sofrendo na cadeira de maquiagem, eu podia ficar dormindo por mais tempo", brincou Smith.

Os atores Joel Edgerton e Lucy Fry se transformaram por completo para atuarem em Bright

Crítica social disfarçada de fantasia
Bright se passa na cidade de Los Angeles, mas em um universo paralelo onde os humanos dividem as ruas com criaturas típicas do universo da fantasia. Há uma segregação clara entre as raças: os elfos, belos e ricos, vivem em mansões em uma área cercada e protegida; já os orcs estão em um nível mais baixo da sociedade, fazem parte de gangues e são vítimas constantes da violência policial.

Ward, o policial interpretado por Smith, é forçado a formar dupla com Jacoby, o único oficial orc da corporação. Sem conseguir se enturmar com os colegas de profissão e considerado um traidor pela raça, já que se "rendeu" ao sistema, Jacoby leva uma vida solitária, mas nem por isso perde a esperança.

A parceria do humano e do orc é colocada em xeque quando eles encontram Tikka (Lucy Fry), uma jovem misteriosa e de poucas palavras que está sendo caçada pela elfa Leilah (Noomi Rapace). Poderosa, a vilã fará de tudo para recuperar sua presa e se mostrará capaz de matar quem quer que entre em seu caminho.

Tiros e violência dividem espaço com fadas e varinhas de condão, em uma mistura no mínimo bizarra, mas que consegue funcionar por causa do bom humor de Will Smith e da química construída entre ele e Edgerton.

Na visita ao Brasil, o eterno astro de Um Maluco no Pedaço (1990-1996) não escondeu seu desejo de voltar ao mundo surreal de Bright e fez campanha para que o público assistisse em massa à produção para que a Netflix encomendasse uma continuação. "Há muita coisa que podemos explorar nesse universo, só arranhamos a superfície", prometeu.

Segundo o site da Bloomberg, a plataforma nem quis esperar os resultados do primeiro filme e já encomendou uma sequência. Com isso, inicia a primeira franquia de longas produzidos diretamente para streaming.

Conseguir a tão sonhada indicação ao Oscar seria a cereja no topo do bolo para a Netflix _já que sua principal concorrente, a Amazon Studios, saiu na frente e levou três Oscars (inclusive o de melhor ator) na premiação deste ano.

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