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Record expõe patrocinador do Jornal Nacional e vê anúncios desaparecerem

Reprodução/RecordTV

José Roberto e Antônio Luiz Lamacchia, sócios da Crefisa, em reportagem da Record - Reprodução/RecordTV

José Roberto e Antônio Luiz Lamacchia, sócios da Crefisa, em reportagem da Record

DANIEL CASTRO e LUCIANO GUARALDO

Publicado em 21/12/2017 - 6h30

Uma reportagem de 13 minutos no Domingo Espetacular, em agosto deste ano, gerou especulações no mercado publicitário: afinal, porque a Record estava "atacando" a Crefisa, patrocinadora de vários programas da Globo, entre eles o Jornal Nacional, e do Palmeiras? A resposta mais óbvia seria que a emissora de Edir Macedo queria aumentar suas verbas com anúncios da financeira. O resultado até agora, no entanto, foi o contrário.

A reportagem do Domingo Espetacular, embora anunciasse em sua introdução "acusações de fraude bilionária contra o dono de uma das maiores financeiras do Brasil", não era um ataque direto à Crefisa, mas sobre uma intriga entre os donos da empresa.

Com depoimentos de advogados e até de psicólogos que nada tinham a ver com a história, o material mostrava as "desavenças" entre os irmãos "bilionários" José Roberto Lamacchia, fundador da FAM (Faculdade das Américas), e Antônio Luiz Lamacchia. Ambos são sócios da Crefisa.

A reportagem apresentava Antônio Luiz, o mais velho, como o vilão. Ele é o homem que "organiza" e "manipula" denúncias em uma "história marcada pela inveja".

Antônio Luiz, segundo a emissora, estaria por trás da humilde ex-faxineira Glória da Graça de Souza, que acusa José Roberto na Justiça de fraudes que teriam transformado uma associação de servidores públicos na FAM, hoje um negócio milionário com mais de 17 mil alunos. Os advogados de Glória seriam pagos por Antônio Luiz.

A reportagem, portanto, foi favorável a José Roberto, o mais proeminente dos Lamacchia, envolvido nos bastidores de um dos maiores clubes do país com sua mulher, Leila Pereira.

Mas, no mercado, a interpretação dominante foi a de que a exposição da briga entre irmãos em rede nacional, no horário nobre do domingo, não foi um bom negócio para a Crefisa, alvo constante de reportagens na imprensa por cobrar juros altos dos empréstimos que faz.

Se a intenção da Record foi atacar ou agradar a Crefisa, o tiro pode ter saído pela culatra. Os anúncios da financeira praticamente minguaram nos últimos dois meses.

Em julho, foram 52 inserções (12 de merchandising e 40 de comerciais) da Crefisa. Em agosto, mês da reportagem, caíram para 23. Em outubro, voltaram à marca de 52, mas desabaram para nenhum comercial e apenas nove ações de merchandising em novembro e em dezembro (até terça-feira).

De longe, a emissora que a Crefisa mais investe é a líder Globo. Em outubro, foram 219 inserções de patrocínio (Jornal Nacional, Jornal da Globo, Encontro com Fátima Bernardes, Vale a Pena Ver de Novo e Globo Repórter, entre outros) e 54 comerciais de 30 segundos.

Procurada pelo Notícias da TV, a Crefisa negou que esteja boicotando a Record. "A Crefisa tem anúncios comerciais na TV Record há mais de um ano e em nenhum momento registrou queda nos investimentos em publicidade. Toda a relação comercial entre a Crefisa e a TV Record é pautada em nossa estratégia de mídia, sem qualquer outro tipo de vínculo", disse a empresa em nota.

A Record não comentou o assunto.

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