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KAIO CEZAR

Após pedir demissão ao vivo, âncora vence ação contra a Globo e embolsa milhões

REPRODUÇÃO/TV VERDES MARES

Kaio Cezar no estúdio do Globo Esporte com uma camisa azul, fundo laranja e amarelo, e um cabelo preto curto

Kaio Cezar no Globo Esporte em 2019: radialista pediu demissão ao vivo por assédio e venceu processo

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 26/7/2021 - 12h23
Atualizado em 26/7/2021 - 12h43

O Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região de Fortaleza (CE) deu ganho de causa ao apresentador Kaio Cezar em processo movido contra a Globo e outras três empresas: TV Verdes Mares (afiliada Globo no Ceará), TV Diário (TV local do Sistema Verdes Mares) e Rádio Verdes Mares (a rádio do grupo). O profissional deve embolsar em torno de R$ 2 milhões de indenização --o cálculo ainda será concluído pela Justiça. 

Kaio Cezar ficou conhecido por ter pedido demissão ao vivo em uma edição do Globo Esporte em 16 de fevereiro em 2019. Na ocasião, ele acusou o diretor Paulo César Norões, ex-diretor de relações institucionais do Sistema Verdes Mares, de cometer assédio e danos morais. No processo, Cezar conseguiu provar os constrangimentos feitos contra ele e sua mulher.

"Fico muito feliz", disse o narrador ao Notícias da TV. A coluna teve acesso à condenação. O caso foi julgado pelo juiz do trabalho Adalberto Ellery Barreira Neto. Cezar alegou, entre outros pontos, que a Globo se aproveitou da força de trabalho e pouco fiscalizou a situação à qual ele e seus colegas foram submetidos na TV Verdes Mares em transmissões do SporTV e do Premiere.

O apresentador e seus advogados relataram no processo que o jornalista não recebeu por trabalhos que fez na TV por assinatura, como na Copa do Mundo de 2014. Nessa cobertura, ele ficou responsável pela coordenação de entradas ao vivo no SporTV.

Segundo a ação, a Globosat (programadora que controla os canais pagos da Globo) repassava o dinheiro para a Verdes Mares, que não pagava Kaio Cezar.

Outro ponto importante no qual o radialista venceu na ação foi em relação ao assédio praticado. Em um dos casos, o jornalista provou que Paulo César Norões lhe mandou "tomar no cu" em uma reunião dentro do Sistema Verdes Mares. A emissora alegou que isso era algo normal em redações de Jornalismo, o que o juiz do trabalho recusou.

Além disso, Kaio Cezar relatou que Norões fez comentários de cunho machista contra sua mulher pelo fato de ela ter um filho de uma união anterior. "Esse daí é um doido, pega uma mulher com um menino e faz outro nela (sic). É um doido!", teria dito Norões.

O magistrado concordou com as alegações de Kaio Cezar e comentou:

Entendo que os fatos em questão ofenderam a honra e a dignidade do reclamante, sendo que xingamento do nível 'vai tomar no cu', proferido em reunião, e brincadeira machista e de extremo mau gosto envolvendo o fato de a esposa do reclamante ter um filho de união anterior, na presença de colegas de trabalho, não são fatos corriqueiros e muito menos são compatíveis com o respeito recíproco que deve permear a relação de emprego.

Apresentador processado

Durante o processo trabalhista, o Sistema Verdes Mares também decidiu entrar com uma ação contra Kaio Cezar por ele ter pedido demissão ao vivo no Globo Esporte. O motivo alegado foi danos morais contra a emissora. A Justiça não concordou e deu ganho de causa também para o radialista em duas instâncias. 

Com todas as vitórias que teve, Kaio Cezar deve receber aproximadamente R$ 2 milhões das quatro empresas rés no processo. O valor da indenização ainda está sendo levantado pelo tribunal que julgou o caso. A definição da quantia exata sairá nas próximas semanas. 

Procurado pelo Notícias da TV, Kaio Cezar confirmou celebrou a vitória. "Fico muito feliz. Por ter falado a verdade --que é dever do jornalista-- e denunciado arbitrariedades. Enfrentei muitos problemas, inclusive retaliações depois da minha saída. Ver a justiça sendo feita, de certa forma, lava a minha alma", disse ele. 

Procurada, a Globo diz que não comenta casos sub judice. 

Relembre o pedido de demissão ao vivo: 


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