RUI VILHENA
João Miguel Júnior/TV Globo
O autor Rui Vilhena no lançamento de Boogie Oogie, em 2014: único projeto solo na Globo
REDAÇÃO
Publicado em 24/1/2019 - 5h32
Durou pouco a passagem de um dos poucos novelistas estrangeiros da Globo. Autor de Boogie Oogie (2014), que desapontou na audiência, o escritor moçambicano Rui Vilhena está voltando para a TV de Portugal, onde assinará sua próxima trama. A dramaturgia no Brasil já é uma página virada em sua carreira.
Vilhena chegou à Globo por indicação de Aguinaldo Silva, com quem colaborou nos roteiros de Fina Estampa (2011). Antes, ele já tinha emplacado novelas na RTP e na TVI, duas das principais emissoras de Portugal.
A aposta inicial de Silva no moçambicano deu certo, e a história de Pereirão (Lilia Cabral) e Tereza Cristina (Christiane Torloni) se tornou, juntamente com Avenida Brasil (2012), a maior audiência da Globo nesta década. Vilhena foi destacado para um voo solo com Boogie Oogie, mas não conseguiu repetir o sucesso.
Estrelada por Isis Valverde, Marco Pigossi e Bianca Bin, a trama que se passava no fim dos anos 1970 teve média de apenas 17,4 pontos na Grande São Paulo, um fiasco para o patamar desejado pela Globo para suas novelas das seis.
Uma alta fonte da Globo consultada pelo Notícias da TV informou que, depois de Boogie Oogie, Vilhena chegou a apresentar duas sinopses para a emissora. Uma delas, Fora de Órbita, seria a substituta de Pega Pega (2017) na faixa das sete. Nenhuma delas, porém, foi aprovada, e o contrato dele não foi renovado.
Agora, o escritor vai voltar para a TV portuguesa: ele é cotado para escrever a próxima trama da TVI, que substituirá Valor da Vida na grade --a novela atual, de Maria João Costa, reúne nomes conhecidos do público brasileiro, como Carolina Kasting, Thiago Rodrigues e Marcello Antony.
Como fez curso superior de Comunicação Social no Brasil, o escritor acabou aprendendo o traquejo e o ritmo das novelas daqui, e usou muito dos recursos brasileiros nas tramas que escreveu na Europa.
Em Ninguém como Tu (2005), por exemplo, o autor usou e abusou do chamado "quem matou?", revelando apenas no último capítulo que Guida Martins (Sofia Aparício) havia assassinado o vilão António Calado (Nuno Homem de Sá).
Sem sucesso na Globo, Vilhena já ensaiava a volta para Portugal há algum tempo. Em 2017, deu uma entrevista para o site português N-TV em que dizia ter saudade de trabalhar em Portugal. "Um dia vou regressar. Nem acho saudável trabalhar só num mercado. Tenho saudades de trabalhar cá. Tenho muitos amigos", afirmou.
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