Carnaval Caxias
Reprodução/Instagram
O repórter Phelipe Siani em imagem realizada no sambódromo de São Paulo em 2018: selfie proibida
DANIEL CASTRO
Publicado em 1/3/2019 - 12h53
Diretora de jornalismo da Globo em São Paulo, Cristina Piasentini recomendou aos profissionais que vão trabalhar no Carnaval que não publiquem fotos e vídeos enquanto estiverem nos sambódromos a partir desta sexta-feira (1º). O pedido, feito no encerramento de uma reunião preparatória de Carnaval na última terça (26), foi entendido pelos 30 jornalistas presentes como uma ordem.
A ideia é impedir que repórteres confundam a orientação para uma cobertura informal e "despadronizada" com excessos nas redes sociais que possam ser entendidos pelo público como falta de profissionalismo.
A determinação vem na sequência de duas ocorrências que incomodaram a chefe do Jornalismo em São Paulo.
Há semanas, a executiva recebeu um email, enviado também a jornalistas que cobrem TV, em que um anônimo denunciava um "repórter global que faz merchan em seu Instagram e consegue regalias 'for free' [de graça]". No corpo do e-mail, havia um post de Phelipe Siani que identificava o hotel. O post realmente existia, mas foi editado depois --hoje, o nome do hotel não consta mais.
O mesmo email também entregava dois cinegrafistas. Um deles trabalhou numa reportagem pré-Carnaval com uma fantasia de bailarina. O outro usou uma máscara em uma imagem feita durante a gravação de um videoclipe, num frila fora da Globo.
Também chamaram a atenção dos poderosos da Globo imagens postadas em redes sociais no último fim de semana em que repórteres aparecem descontraídas em blocos carnavalescos. Na avaliação interna, as imagens não eram de jornalistas sérios.
Na reunião de terça-feira, Cristina Piasentini não falou nomes nem citou números. Deu a entender que a "recomendação" também vale para os momentos em que os jornalistas não estiverem trabalhando.
No ano passado, após uma série de episódios considerados indevidos, a Globo atualizou seus Princípios Editoriais, trazendo normas claras sobre o comportamento de seus profissionais em redes sociais. Está expressamente escrito que não se deve dar check-in em estabelecimentos comerciais em postagens no Facebook e Instagram.
Para manter a isenção política e comercial de seus jornalistas, a emissora recomenda até que não se manifeste sobre preferências em grupos de amigos no WhatsApp.
Procurada, a Globo não se manifestou até a publicação deste texto, que será atualizado a qualquer momento.
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