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DEU RUIM

TV 3D, de tela curva e com videocassete lideram a lista de fracassos tecnológicos

FOTOS: REPRODUÇÃO

TV 3D com óculos que assegura o efeito sendo exibido em frente à tela

Óculos obrigatório e falta de conteúdo atrapalharam o avanço das TVs 3D no mercado

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 21/6/2021 - 6h15

Nem só de glória vive a tecnologia. Entre um acerto e outro, todos os fabricantes também já sentiram o gostinho do fracasso, apostando em produtos e formatos que não deram certo. O pior é que, às vezes, um padrão vence a batalha mesmo com qualidade inferior. Foi o caso do videocassete VHS nos anos de 1980, que ganhou a guerra contra o Betamax, exclusivo da Sony, porque tinha como trunfos a simplicidade e o apoio da maioria dos fabricantes.

E o que dizer do laserdisc? Tanto os discos --que tinham tamanho semelhante ao do vinil-- quanto os players custavam muito caro e acabaram sumindo do mercado com o avanço do DVD. Na área de TVs, três produtos merecem destaque e têm seu lugar assegurado no pódio dos grandes fracassos: televisor com videocassete acoplado, TV 3D e TV de tela curva.

A seguir, o Notícias da TV detalha estas grandes apostas da indústria que se transformaram em verdadeiros fiascos tecnológicos.

Videocassete Betamax

Ter a melhor tecnologia não é necessariamente sinônimo de sucesso. Foi o que aconteceu com o videocassete Betamax, criado pela Sony em 1975. Pesava a favor a melhor qualidade de som e imagem, além do menor desgaste das fitas magnéticas. Nada disso foi suficiente para que os aparelhos fossem engolidos pelo formato VHS, mais simples e barato, lançado no final de 1976 pela JVC.

No Brasil, a Sony deu bobeira e a Sharp chegou antes nas lojas com o primeiro videocassete vendido oficialmente no país em 1982, que já utilizava o padrão VHS. E, em pouco tempo, outros grandes fabricantes seguiram a mesma tecnologia.

Além da decisão arriscada da Sony, que apostou sozinha no Betamax, o alto custo destes videocassetes e o menor tempo de gravação das fitas foram decisivos para apontar a derrota tecnológica. Resultado: o fabricante japonês acabou se rendendo ao inimigo VHS, que reinou no mundo todo.

TV com videocassete junto

Com o aumento da procura por televisores e videocassetes no final dos anos de 1980, vários fabricantes, como Panasonic, Philips, Sharp, Toshiba e Gradiente, começaram a apostar em uma excelente ideia: juntar os dois aparelhos em um só. Mas o que parecia ser uma grande inovação não caiu no gosto popular, e o produto se transformou em outro fracasso de vendas.

Em primeiro lugar, o custo era alto, tanto para a compra como para a manutenção. Outro detalhe: quando o produto quebrava, o consumidor ficava sem nenhum dos dois aparelhos. Na hora de viajar, era outro transtorno: às vezes, a família queria levar só o videocassete para a casa de praia e não tinha espaço para o combo no porta-malas. Só dor de cabeça!

Laserdisc

Considerado o pai do DVD, o laserdisc era seis vez maior e com capacidade de gravação muito inferior. Enquanto o DVD utiliza modernas tecnologias de compressão de dados, nos LDs a gravação era semelhante à dos discos de vinil. Além de enormes, os laserdiscs só permitiam gravar uma hora de vídeo em cada lado do disco. Assim, para ver um filme de duas horas, era necessário virar o disco ou investir em um caríssimo LD player auto-reverse.

O alto custo dos aparelhos e das mídias contribuiu para que o padrão não deslanchasse. Além disso, os discões ocupavam bastante espaço, e o armazenamento precisava seguir alguns cuidados: empilhar a coleção na horizontal, por exemplo, estava proibido, sob o risco de empenar os discos, como acontecia com o vinil. Estes obstáculos acabaram de vez após a chegada do DVD, que adiantou a aposentaria dos laserdiscs.

TV 3D

Sucesso nos cinemas, a tecnologia 3D chegou ao mercado brasileiro de TVs em 2010, incentivada pelo barulho em torno do filme Avatar, de James Cameron. Mas como nem tudo que dá certo na telona vai bem em casa, o formato se transformou em um dos maiores micos da indústria de eletrônicos.

O principal empecilho era a obrigatoriedade de utilizar óculos em casa para ver as imagens saltando da tela. Alguns fabricantes de TVs até que tentaram desenvolver o efeito 3D sem precisar deste acessório, mas as iniciativas não decolaram.

Com ou sem bateria, os óculos cansavam a visão depois de algumas horas de uso, causando desconforto e dor de cabeça. E mais: dependendo da posição do telespectador em relação à tela e se ele estivesse deitado no sofá, por exemplo, o efeito 3D perdia sua magia. Junte a isto o alto custo e a falta de conteúdo, e estava pronta a receita perfeita para o fracasso.

TV de tela curva

Baseada na experiência do cinema, as TVs de tela curva chegaram para valer no mercado brasileiro em 2014, prometendo maior imersão, sensação de profundidade e detalhamento da imagem nos cantos da tela. Tudo isto era verdade, desde que o telespectador se sentasse bem de frente para o televisor. Quem ficava nas laterais da sala não conseguia aproveitar os principais benefícios das telas curvas e ainda tinha que aturar o limitado ângulo de visão.

Como a maioria das pessoas não vê TV sozinha, logo os consumidores e a indústria perceberam que o alto custo destas telas não se justificava, e o produto sumiu das lojas. Afinal, quem não gosta de reunir os amigos para ver uma partida de futebol ou jogar videogame?

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