Silêncio: Hit espanhol da Netflix tem mistério, sexo e galãs de Elite

Novo hit espanhol da Netflix, Silêncio (2023) é o tipo de produto feito sob medida para os assinantes da plataforma. Saída do mesmo "berço" de sucessos como La Casa de Papel (2017-2022) e Elite, a minissérie reúne elementos como mistério e sexo para conquistar o público, além de colocar galãs muito conhecidos de outras produções do serviço de streaming.

Séries e documentários envolvendo mistério e assassinato tornaram-se o principal produto da Netflix. Os vários títulos do gênero disponíveis no serviço fizeram com que opções realmente boas se tornassem escassas, prevalecendo séries que caem no esquecimento pouco tempo depois.

Muito provavelmente será esse o caso de Silêncio, que em um espaço de seis episódios consegue empolgar e desanimar o espectador em mais de uma oportunidade. Criada por Aitor Gabilondo, a minissérie conta com uma premissa instigante, mas que acaba tropeçando em desenvolvimentos fracos e em um mistério que cria muitas perguntas para, infelizmente, ter pouco tempo para respondê-las no final.

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HIATO LONGO

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A trama conta a história de Sergio Ciscar (Arón Piper, o Ander de Elite), um jovem que sai da prisão seis anos depois de assassinar os pais quando ainda era menor. Enquanto estava atrás das grades, ele não disse uma palavra nem colaborou com a Justiça, deixando a motivação do crime e as suas intenções completamente desconhecidas.

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A equipe de especialistas em Silêncio

Para desvendar a mente do rapaz, uma equipe liderada pela psicóloga Ana Dussel (Almudena Amor) consegue permissão judicial para fazer um experimento atípico: acompanhar todo e qualquer passo de Sergio durante 24 horas. Câmeras são escondidas em todos os lugares de seu apartamento, enquanto a policia dá acesso às filmagens em ruas e avenidas.

Cobaia do experimento, o protagonista tenta retomar a vida sem que as autoridades fiquem em seu pé. Seu maior desejo é reencontrar a irmã adotiva mais nova, que ficou sob responsabilidade de outra família após a morte dos pais e a prisão do protagonista.

Com o mistério envolvendo as razões do assassinato dos pais de Sergio no centro da trama, Silêncio recorre a certos absurdos para fazer a narrativa se desenvolver. Em certos momentos, chega a ser incômodo tamanha obsessão de Ana pelo rapaz, que se recusa a dar qualquer detalhe sobre a fatídica noite.

A entrada de Marta (Cristina Kovani), jovem que criou uma admiração por Sergio ao trocar cartas enquanto ele ainda estava na prisão, é outra ferramenta narrativa difícil de engolir. A moça, sem problemas na Justiça, cai na pressão de Ana para se envolver em uma investigação que nada tem a ver com ela --e destrói sua vida pessoal e relacionamento no processo.

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Manu Ríos e Cristina Kovani

Até mesmo a presença de Manu Rios, que se destacou com o devasso e traumatizado Patrick de Elite, faz pouco para movimentar a trama além de ser o elo fraco de um triângulo amoroso pouco convincente. O drama quase adolescente dos personagens resulta em uma rápida cena de sexo para incentivar os adeptos da "cachorrada" a seguirem vendo a série.

Com tantos tropeços, Silêncio atinge o seu ápice em clima de fim de festa. As principais e mais interessantes reviravoltas da narrativa acontecem quando tais exageros já desgastaram demais a experiência, fazendo com que o saldo final seja positivo, mas com muitos asteriscos no processo.

Assista ao trailer oficial de Silêncio: