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Série do Paramount+, The Comey Rule revive medo da eleição de Donald Trump

FOTOS: Divulgação/Showtime

Jeff Daniels usa terno em cena da minissérie The Comey Rule

Jeff Daniels é o protagonista de The Comey Rule, minissérie que chegou ao Brasil pelo Paramount+

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 11/3/2021 - 6h45

Minissérie produzida pelo canal pago Showtime, The Comey Rule (2020) finalmente chegou ao Brasil por meio do Paramount+, novo serviço de streaming da ViacomCBS que estreou no país em 4 de março. Dividida em quatro episódios, a produção revive o medo que antecedeu a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e as falhas do diretor do FBI que culminaram na ascesão do empresário ao poder.

Criada por Billy Ray, a série é baseada no livro A Higher Loyalty, que retrata a passagem de James Comey, ex-diretor do FBI, na liderança da agência norte-americana antes e após a eleição do agora ex-presidente. Na obra, ele retrata as suas escolhas e decisões que possivelmente culminaram na vitória do republicano contra a ex-senadora democrata Hillary Clinton.

Descrita por Ray como uma história de horror, a primeira metade de The Comey Rule é quase um prelúdio como preparação para o que viria. A trama relembra as investigações do FBI durante 2015 e 2016 sobre os e-mails corporativos de Hillary, que poderiam revelar alguma prova de corrução por parte da equipe democrata, e as suspeitas de uma interferência russa para favorecer a vitória de Trump.

As escolhas de Comey (Jeff Daniels, brilhante no papel) --na visão retratada na série-- soam idiotas em retrospectiva, mas são todas baseadas em suas crenças nas virtudes norte-americanas. Como um homem que vê seu trabalho como "pegar os bandidos", ele segue um padrão moral definido e espera que seus colegas façam o mesmo.

Tanto o diretor é visto como um escoteiro --expressão usada para descrever os certinhos --que Mark Giuliano (Brian d'Arcy James), ao deixar seu posto, pede a Andy McCabe (Michael Kelly) que cuide de Comey para que a frustração não o engula.

O interessante em acompanhar a derrocada do protagonista é observar como o seu entorno é influenciado pelas consequências de suas ações contra Hillary. Casado e pai de quatro filhas, Comey vive em um ambiente progressista e feminista que abomina a ideia de ter Trump como líder na Casa Branca. Mesmo guiado por valores corretos, ele consegue ser odiado por representantes da esquerda e da direita.

Brendan Gleesom como Donald Trump

Se a primeira parte dá espaço para a investigação de Hillary e a conclusão das eleições, a parte dois é centrada nos primeiros sete meses da administração de Trump. É aí que entra em cena Brendan Gleeson, responsável por interpretar o bilionário ex-apresentador da versão norte-americana de O Aprendiz.

Diferente das caricaturas feitas em programas de comédia como Saturday Night Live e talk-shows, Gleesom interpreta um Trump digno de filmes de horror. Como alguns críticos norte-americanos descreveram, sua personificação do ex-presidente parece mais o Tubarão de Steven Spielberg: soberano e aterrorizante, mesmo com menos de tempo de tela.

Até mais do que Daniels, Gleesom abraça sua representação do político para fazer um vilão clássico. Imponente e debochado, ele descreve cada absurdo do imaginário de Trump que o tornou a figura odiada por muitos, especialmente pelo seu machismo transmitido em muitas ocasiões.

Por chegar ao Brasil em um momento em que Trump já deixou o cargo e o país vive sob o governo Bolsonaro, The Comey Rule pode parecer uma ingrata lembrança de como ambas as nações chegaram ao ponto em que se encontram. Sob a visão dos apoiadores do ex-presidente, a série pode ser vista mais como uma bobagem vinda dos artistas de esquerda. Para os outros, é uma visita a um passado remoto que ainda dói ao ser lembrado.

Confira abaixo ao trailer de The Comey Rule:


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