Retrospectiva 12 anos
Divulgação/CBS
Os atores protagonistas originais de Two and a Half Men: Charlie Sheen, Jon Cryer e Angus T. Jones
JOÃO DA PAZ
Publicado em 17/2/2015 - 6h12
Two and a Half Men, que chega ao fim nesta quinta (19) envolta no mistério sobre o retorno de seu principal protagonista, nunca atingiu o topo na concorrida disputa por audiência nos Estados Unidos. Mas, durante 12 temporadas, conseguiu manter um público cativo. Com a saída de Charlie Sheen, em 2011, a comédia se perdeu com uma história confusa. Agora, na temporada final, o falso casamento gay entre Alan Harper e Walden Schmidt e a adoção de um garotinho fizeram com que a série voltasse ao modelo original e retomasse o sucesso.
A estreia de Two and a Half Men, em 22 de setembro de 2003, foi bem-sucedida. Com um público de 18,44 milhões, o piloto (considerado um dos melhores episódios iniciais de todos os tempos) atraiu um número de telespectadores que acompanhariam a série nos anos seguintes. Porém, Two and a Half Men jamais foi líder absoluto de audiência.
A sexta temporada, em 2008-2009, foi a de maior audiência, com média de 15,06 milhões de telespectadores por episódio. A série ficou em décimo lugar no ranking das maiores audiências da TV norte-americana, melhor posição em 11 anos.
As aventuras amorosas de Charlie Harper (Sheen), que se relacionou com mais de 40 mulheres na série, fidelizaram o público, interessado em saber qual seria a próxima acompanhante do bon vivant californiano. Os micos pagos pelo irmão dele, Alan (Cryer), também agradavam os fãs, assim como as tiradas ácidas do garoto Jake (Angus T. Jones), filho de Alan. Os dois homens e meio conquistaram uma devota audiência.
Contudo, a grande força da série era Charlie. A maior audiência em um único episódio com ele no elenco foi no 22º capítulo da segunda temporada. Nele, Jake passou uma noite na casa da avó, Evelyn, e a deixou louca. Enquanto isso, Charlie e Alan aproveitaram o tempo livre do pestinha em um barzinho, paquerando as mulheres do lugar. A audiência foi de 24,24 milhões de telespectadores.
O ator Jon Cryer em episódio de despedida de Charlie Sheen (Fotos: Reprodução/CBS)
Vida sem Charlie
Até na morte do personagem do controverso ator a comédia lucrou. A estreia de Ashton Kutcher, substituto de Sheen no primeiro episódio da nona temporada foi a maior audiência da série. Foram 28,74 milhões de telespectadores atentos em ver como a atração continuaria sem o astro maior. Além da curiosidade em saber como o personagem de Kutcher, o bilionário Walden Schmidt, se encaixaria na história.
A CBS, rede norte-americana que exibe Two and a Half Men para os EUA, apostou alto em Kutcher. Então nome popular nas comédias românticas do cinema, ele passou a ser o ator mais bem pago da TV (US$ 700 mil dólares por episódio). Kutcher voltaria a atuar em uma série, pois o começo da carreira foi como um adolescente ingênuo em That '70s Show (1998-2006).
Sem Charlie Sheen e sem Angus T. Jones (que deixou a série em 2013), Jon Cryer era o único remanescente do elenco original. Com a inclusão da atriz Amber Tambly (Jenny, filha lésbica de Charlie Harper), o formato dois homens e meio se perdeu. Assim, Two and a Half Men caminhou para os piores anos da série.
Do expressivo número de 28,74 milhões de telespectadores, a série chegou ao patamar abaixo dos 10 milhões. Com exceção de Alan, todos os protagonistas não tinham um padrão de comportamento. A mudança constante ocorria para ver qual delas agradaria mais ao público. Sem sucesso, os roteiristas decidiram agir e arriscar com uma história radical. Deu certo.
Os atores Jon Cryer e Ashton Kutcher se beijam na temporada final de Two and a Half Men
Casal gay em série “de macho”
A estreia da última temporada tem um novo arco: o casamento gay entre Walden e Alan. A união entre os dois tem um propósito, que é permitir a Walden ter um filho, por meio da adoção. A aposta trouxe um refresco à série. Cryer interpreta muito bem um Alan gay (em certo momento, ele diz a Walden que tem nove entre dez características de uma boa mulher) e Kutcher também faz uma boa intercalação entre os momentos gays e hétero de Walden.
Eles conseguem adotar um garoto, Louis (Edan Alexander), que ganha o sobrenome Schmidt. Assim, o formato original da série foi recuperado (dois homens e meio). Por mais que tenham ocorrido protestos de fãs mais raivosos contra essa nova abordagem da série, Two and a Half Men voltou a ser manchete pela ousadia.
Outro assunto que movimentou a série foi o possível retorno de Charlie no episódio final. A volta foi alimentada pelo próprio Sheen, que brigou com o produtor da série, Chuck Lorre, e acabou demitido. Os responsáveis pela produção, no entanto, negam o retorno. Mas o título do último episódio, Of Course He's Dead (Óbvio que ele está morto), está sendo interpretado como uma referência a Sheen. A despedida da série promete.
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