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CARESSA CAMERON JACKSON

Miss América negra precisou usar peruca durante concurso: 'Falta de preparo'

DIVULGAÇÃO/A&E

Caressa Cameron Jackson durante entrevista para o Segredos do Miss América, série do A&E

Caressa venceu o Miss América em 2010; ela sofreu com a falta de preparo da organização

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 23/10/2023 - 6h20

O concurso Miss América foi criado em 1921 nos Estados Unidos. Apesar do intuito de celebrar a beleza feminina, a organização proibia a participação de mulheres negras --regra extinguida apenas em 1970. Caressa Cameron Jackson, candidata afro-americana coroada em 2010, denuncia a falta de preparo da instituição para lidar com pessoas não brancas.

Caressa é uma das entrevistadas para o documentário Segredos do Miss América, série do A&E que estreou neste domingo (22). Quando era competidora, ela precisou utilizar perucas. As profissionais contratadas pela instituição não tinham o preparo necessário para lidar com o cabelo de mulheres negras.

"Outras mulheres afro-americanas ganharam o Miss América antes de mim. Mas nós temos diferentes tipos e necessidades de cabelo. Eu, por exemplo, tinha um cabelo tingido e alisado quimicamente", relembra.

A organização não estava preparada para cabeleireiros que pudessem cuidar do cabelo de pessoas afro-americanas. Acredito que minhas predecessoras, também afro-americanas, talvez tivessem um cabelo mais maneável ou com uma textura que permitia que fossem penteados. Como resultado, tive que cortar metade do cabelo e passei a usar perucas.

A primeira Miss América negra foi Vanessa Williams, coroada em setembro de 1983. Sua vitória não agradou a todos, e a atriz, com 20 anos na época, sofreu com ameaças e ataques racistas.

Apesar de ter se tornado um símbolo da diversidade, a artista precisou desistir do título após ter fotos nuas vazadas em uma revista norte-americana, seis semanas antes do fim de seu reinado.

"A experiência de Vanessa dá luz para a descriminação existente no histórico da organização", opina Suzanne Lavery, produtora da série documental. "Era bonita, jovem e poderia ter sido o rosto que lançaria o Miss América a uma era de maior inclusão e aceitação".

Mesmo com a ascensão das redes sociais, Caressa não tinha acesso a plataformas digitais quando foi coroada. Suas contas pessoais eram administradas pela organização. Assim, possíveis ataques passavam despercebidos por ela.

"Foi assim até 2013. A mulher que venceu depois de mim teve acesso a suas próprias redes e, como consequência, abriram-se as portas para que pudéssemos ver a opinião de todo o mundo", explica.

"Eu agradeço muito por não ter lidado com essa pressão, além da que eu já estava lidando. Acredito que se eu tivesse que lidar com tudo isso, eu teria entregado meu título. Não estavam preparados para uma Miss América negra", acrescenta.

Ainda assim, Caressa se sente grata pela oportunidade de ter representado mulheres e meninas negras dos Estados Unidos. "Tiveram a oportunidade de se ver em uma plataforma nacional e puderam celebrar a beleza e a diversidade de alguém que não era o padrão", completa.

Os dois últimos episódios de Segredos do Miss América serão exibidos no próximo domingo (29), no canal A&E. Assista ao trailer:


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