TRAVIS FIMMEL
Divulgação/Max
Travis Fimmel como Desmond Hart em cena da série Duna: Profecia; mocinho ou vilão?
Situada em planetas fictícios e em um futuro longínquo, a série Duna: A Profecia não poderia ser mais distante fisicamente da Terra atual. Ainda assim, o universo criado por Frank Herbert (1920-1986) e adaptado para a televisão por Alison Schapker e Diane Ademu-John é visto como uma extensão da nossa realidade --a ponto de o ator Travis Fimmel admitir que tem pontos em comum com Desmond Hart, o soldado assassino que interpreta.
"Eu não gosto de tecnologia. Uso o meu telefone, como qualquer outra pessoa, mas só por causa do trabalho. Gostaria que a internet não existisse", desabafa o galã australiano em entrevista exclusiva ao Notícias da TV. "Você sabia que, na Austrália, quem tem menos de 16 anos não pode usar as redes sociais? Acho incrível, porque força você a sair da sua casa, a fazer coisas diferentes..."
No mundo de Duna, computadores e alguns tipos específicos de tecnologia foram banidos da sociedade depois de uma longa guerra entre humanos e máquinas sencientes --ou seja, que conseguem pensar por conta própria, em uma espécie de inteligência artificial.
O conflito, chamado de Jihad Butleriano, é uma parte essencial de Duna: A Profecia. A guerra entre máquinas e humanos resultou na ascensão da irmandade que carrega boa parte da trama --e que se tornará a ordem Bene Gesserit, muito conhecida por quem leu os livros da saga. Lideradas por Valya Harkonnen (Emily Watson), as irmãs treinam suas mentes e seus corpos para desenvolver habilidades especiais, que beiram os superpoderes.
O misterioso Desmond também tem um "superpoder" para chamar de seu. Em episódios anteriores, ele já mostrou que é capaz de fazer seus inimigos arderem em chamas apenas com a força da mente. Nem mesmo uma criança foi poupada dos pensamentos assassinos do soldado. Ainda assim, Fimmel não acredita que o seu personagem seja o vilão da história.
"Eu acredito de verdade que o Desmond é uma pessoa boa. Ele está lutando por aqueles que trabalham duro. Às vezes, você precisa sacrificar algumas vidas para salvar milhares. Isso faz dele uma pessoa boa ou má?", provoca o intérprete, que era modelo de cuecas antes de migrar para a atuação e fazer sucesso mundial como o Ragnar Lothbrok de Vikings (2013-2020).
A dois episódios do fim da temporada, a showrunner Alison Schapker adianta que a história vai diminuir de tamanho para amarrar as pontas soltas da temporada e responder os mistérios plantados nos capítulos anteriores. "A mesa está posta, todos fizeram suas jogadas, Valya está contra a parede. Mas sabemos que ela não vai ficar assim durante muito tempo (risos). Acho que teremos respostas interessantes nessa reta final", diz a produtora.
Curiosamente, o próprio ator admite que não fez questão de descobrir todos os segredos de Desmond antes de começar a gravar e foi pego de surpresa a cada roteiro que recebia. "Eu gosto de saber algumas coisas antes, outras não, porque aí você interpreta de uma maneira mais ambígua, e seu personagem fica mais complexo. É como xadrez, você não sabe qual será a sua jogada final até que chega a hora de fazê-la, tem de ir se adaptando durante o jogo. Acho que xadrez é assim, né? Eu não sei jogar (risos)", diverte-se o ator.
Fimmel também confessa que sofreu na hora de gravar a cena do quarto episódio em que Desmond discursa diante do conselho em uma espécie de tribunal e confronta as famílias mais poderosas da série. O ator teve um monólogo que durou quase cinco minutos --um sonho para muitos intérpretes, mas um pesadelo para o australiano.
"Não gosto de ter diálogos. Eu tenho uma memória muito ruim. E ter que falar na frente de tanta gente não é muito a minha praia. Sou mais reservado, sabe? Mas estava no roteiro, e eu gostei muito do texto desse episódio. Acho que a cena trouxe muitas informações para o público e veio em boa hora. Só espero não ter passado muita vergonha", desconversa, de maneira humilde.
O quinto episódio de Duna: A Profecia vai ao ar na HBO neste domingo (15), às 23h, e será disponibilizado na Max ao mesmo tempo. A primeira temporada chega ao fim no dia 22, com a exibição do sexto capítulo. A série ainda não foi renovada para o segundo ano, mas Alison torce para que seja.
"Não quero azarar, mas estamos na expectativa. Acho que ainda há muita história para explorar. Agora que o público já conhece esse mundo, foi apresentado aos personagens e entende as conexões, seria interessante poder contar como a irmandade se torna a Bene Gesserit", finaliza.
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