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AMORES QUE ENGANAM

Gaby Spanic reabre próprias feridas para alertar mulheres em série do Lifetime

REPRODUÇÃO/LIFETIME

A atriz Gabriela Spanic como Elisa em cena de Talento Roubado, da série Amores que Enganam

Elisa (Gabriela Spanic) sofre nas mãos do marido em um dos episódios de Amores que Enganam

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 16/7/2023 - 8h40

Gaby Spanic quer dar voz a mulheres que são silenciadas todos os dias na série Amores que Enganam, cuja nova temporada estreia no próximo dia 9 no canal Lifetime. A atriz reabre as próximas feridas para dar vida a Elisa, uma dona de casa que se cansa de viver sob a sombra do marido, o escritor Diego (Sérgio Basáñez) --revelando um segredo guardado há anos.

"A televisão não explora tanto quanto deveria alguns temas tão sensíveis, mas tão importantes como a violência doméstica. A série tem o papel de fazer as pessoas refletirem, porque muitas delas não se deram conta ainda sobre a realidade [abusiva] que estão vivendo", considera a intérprete, em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

Gaby reconhece que os temas abordados na série a tocam profundamente. A própria artista por diversas vezes denunciou o machismo que sofreu durante a carreira, principalmente de parte da imprensa mexicana --a qual, durante anos, tentou pintá-la como uma "megera" ou "geniosa" nos bastidores.

Ela também foi desacreditada e até tachada de "louca" ao denunciar que a irmã gêmea, Daniela Spanic, havia sofrido uma tentativa de feminicídio. "A série trata justamente desses temas tão reais, tão crus. Por isso, foi muito difícil gravá-la", assume.

Gaby explica que, para se preservar durante as gravações, até tentou evitar acessar certas emoções como Elisa:

Como atriz, eu não gosto do método Stanislavski [ator e diretor russo que preconizava um sistema para se acessar emoções 'autênticas' a partir das próprias experiências]. Eu acho que quando você se lembra de alguma situação de sua vida, empresta algo pessoal, não é bom para a saúde mental.

Gabriela não esconde que a sua expectativa com a série é ampliar cada vez mais a discussão sobre os direitos das mulheres em países que, ano após ano, batem recorde de feminicídios --a exemplo do Brasil e do México.

"Eu espero que o meu episódio possa chegar, inicialmente, como uma mensagem de esperança, para tocar no coração de várias mulheres. Para que elas possam perceber que não têm poder de mudar nenhum homem. Elas podem, sim, mudar. Mas a si mesmas. Mulheres têm que amar, sim, mas a si mesmas", arremata a eterna estrela de A Usurpadora (1998).


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