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Divulgação/Television Academy
O ator Darren Criss ergue a estatueta de melhor ator em minissérie na 70ª edição do Emmy
JOÃO DA PAZ
Publicado em 19/9/2018 - 6h10
Aos 31 anos, Darren Criss se distancia do rosto angelical marcante de Glee (2009-2015) e entra para o clube dos grandes atores hollywoodianos. Pelo papel do hipnotizante serial killer Andrew Cunanan em American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace, ele levou o Emmy de melhor ator em minissérie, desbancando nomes do calibre de Jeff Daniels (de Godless) e Benedict Cumberbatch (de Patrick Melrose).
Durante o processo de escolha de elenco para a segunda temporada de American Crime Story (ACS), o renomado produtor Ryan Murphy colocou Criss como a primeira e única escolha para viver Cunanan. Uma responsabilidade e tanto para um ator que, até então, era conhecido por seu papel em uma trama musical juvenil.
Darren Criss e Murphy trabalharam juntos em Glee. O ator foi reprovado duas vezes para entrar na comédia musical. Mas, como diz um ditado nos Estados Unidos, a terceira tentativa é a certeira. O californiano passou em um teste para fazer uma aparição no começo da segunda temporada. Acabou ficando até o final, com 88 episódios na conta.
Na pele do charmoso Blaine Anderson, Criss conquistou o público logo de cara. O sucesso foi tamanho que ele acabou migrando para a equipe dos protagonistas. Blaine formou com Kurt Hummel (Chris Colfer) um casal gay que caiu nas graças dos fãs. E recebeu elogios rasgados da mídia.
A comédia musical terminou, e Criss aceitou em seguida o papel de Cunanan. Foi uma empreitada de oito meses de filmagens para nove episódios, além de uma alimentação para ganhar peso e ficar mais próximo do tipo físico do criminoso.
O ator conseguiu passar para o telespectador todas as angústias e neuras de Cunanan, um jovem criado como um príncipe por um pai que caiu em desgraça e o abandonou.
Cunanan passou a viver de aparências, mentindo sobre sua realidade. Começou a se envolver com homens ricos, que o bancavam em troca de carinho e sexo.
Em seus últimos meses, ele criou uma obsessão pelo estilista Gianni Versace (1946-1997) e passou a persegui-lo. Após sentir menosprezado pelo italiano, ele decidiu matá-lo, com dois tiros na cabeça. Versace foi a mais notável de pelo menos cinco vítimas em uma jornada de sangue protagonizada por Cunanan. Todos os crimes foram cometidos no mesmo ano, 1997.
O trabalho de Criss na minissérie chamou a atenção à primeira vista. Um resultado que não fosse a vitória no Emmy de melhor ator de minissérie seria tratado como injustiça. Ele conseguiu imprimir nuances às diferentes fases e facetas de um personagem real.
Com um único projeto engatilhado para 2019, um filme sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), no qual estará com Woody Harrelson e Patrick Wilson, o ator não deverá ficar tanto tempo parado. Sentirá o poder que um Emmy tem.
Fato é que Criss não irá aceitar um papel para viver um gay, como Blaine e Cunanan. Em entrevista para o podcast da revista The Hollywood Reporter, o ator comentou sobre interpretar dois homossexuais na TV. "Juro que é uma coincidência", falou Criss, que é heterossexual, explicando as escolhas desses dois personagens.
"Se novamente eu receber propostas [de papéis gays], responderei: 'Gente, acho que [aceitar] isso seria um desrespeito para a comunidade gay'. Acredito que eles iriam pedir a minha cabeça, sabe? E eu entenderia completamente, estou ciente disso."
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