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Day Mesquita vive esquizofrênica em série e desmistifica preconceitos: 'Muitos tabus'

DIVULGAÇÃO/LUIZCLAS

Day Mesquita está com os cabelos soltos e na altura dos ombros; ela usa um blazer preto e está iluminada pela luz solar que entra por uma janela ao lado dela

Day Mesquita em foto de divulgação; atriz retrata transtorno mental na série Caminhos

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 23/9/2024 - 14h00

[Atenção: este texto pode conter gatilhos para pessoas com transtornos mentais]

Vista recentemente como Marta em Família É Tudo, a atriz Day Mesquita encara uma personagem completamente diferente na série Caminhos. Ela interpreta Mariana, uma mulher com traços de psicose e esquizofrenia, e ressalta a oportunidade de combater preconceitos. "Há muitos tabus sobre questões de saúde mental, e abordar temas como esse em obras audiovisuais é uma forma de trazer mais clareza", defende em entrevista ao Notícias da TV.

Com previsão de estreia em 2025, a série tem a premissa de provocar reflexões e conscientizar sobre os transtornos psicológicos. As tramas são inspiradas em histórias reais ouvidas pela psicanalista Angela Sirino, que supervisiona a produção.

"Todas as personagens que retratam a saúde mental com realismo e responsabilidade, humanizando esses transtornos, contribuem para reduzir o estigma. Em cada episódio, veremos as histórias, os dramas e os caminhos de cada um em busca da melhora de seus quadros", adianta Day.

"Ao enxergar a história como um todo, com profundidade e a trajetória de evolução do tratamento, entendemos que não se trata de uma falha de conduta, mas de questões que merecem atenção, compreensão e suporte", completa a artista.

Ela ainda valoriza como a série vai além de apenas retratar os surtos de Mariana. "É também sobre mostrar a dor, os trauma e o medo que muitas vezes acompanham o transtorno. Há muitos tabus sobre questões de saúde mental, e abordar temas como esse em obras audiovisuais é uma forma de trazer mais clareza sobre o assunto."

Por isso, ela entende a importância do Setembro Amarelo para desmistificar os transtornos mentais e prevenir o suicídio. "Essas campanhas são essenciais para desconstruir preconceitos e promover a conscientização, ajudando mais pessoas a entenderem como oferecer e receber ajuda", afirma.

"Ao vermos personagens como ela lutando contra suas questões, é impossível não refletir sobre o que podemos fazer para oferecer mais apoio, seja por meio de políticas públicas ou de forma individual, como por meio de amigos e familiares", comenta.

Existem obras que definitivamente vão além do entretenimento, têm uma função social importante, já que trazem à tona temas que muitas vezes são ignorados ou mal compreendidos. O Setembro Amarelo nos lembra da urgência de se falar sobre suicídio, mas essa discussão não deve mesmo ser limitada a apenas um mês.

"As dores da alma não podem ser vistas de maneira menos importante, e essa discussão precisa estar viva durante todo o ano, contribuindo para o exercício de empatia, respeito e da melhor maneira de se promover a valorização da vida, sem fazer pouco do que o outro sente", defende.

"Ao assistirem à história dela, que, apesar de tudo, está buscando ajuda e tentando encontrar alguma forma de equilíbrio, o público pode sentir que também é possível encontrar melhorias com o auxílio de profissionais. Quem sabe sua vulnerabilidade não sirva como mais um incentivo para lembrar que não há constrangimento em precisar de suporte e que o autocuidado é essencial", arremata.


Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.


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