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LUTO

David Lynch revolucionou o mundo das séries de TV ao criar Twin Peaks

Divulgação/ABC

Sherilyn Fenn apoia sua cabeça no ombro de Kyle MacLachlan em foto promocional da série Twin Peaks

Sherilyn Fenn (Audrey) e Kyle MacLachlan (Dale Cooper) em foto promocional de Twin Peaks

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 16/1/2025 - 16h24

Morto nesta quinta-feira (16), aos 78 anos, o cineasta David Lynch fez sucesso com filmes como Veludo Azul (1986) e Cidade dos Sonhos (2001), mas também deixou sua marca no mundo das séries. Em 1990, ele criou o suspense Twin Peaks (1990-1991; 2017), que revolucionou a maneira como as narrativas para a TV eram pensadas.

Situada na fictícia cidade de Twin Peaks, a atração girava em torno da morte de Laura Palmer (Sheryl Lee), uma das jovens populares do colégio. Seu corpo é encontrado na margem do rio pelo lenhador Pete Martell (Jack Nance). O agente Dale Cooper (Kyle MacLachlan) é enviado pelo FBI para investigar o caso, mas se depara com uma população repleta de figuras exóticas.

Numa época em que a televisão priorizava tramas episódicas --ou seja, que se iniciavam e chegavam ao fim no mesmo capítulo--, Twin Peaks explorou um grande tema principal ao longo de suas duas temporadas na rede ABC.

O conceito de prorrogar uma história para além da duração do episódio não era novo: o drama policial Chumbo Grosso (1981-1987) já havia feito isso na década anterior, com alguns casos que se estendiam para o capítulo seguinte, mas nunca na proporção de Twin Peaks.

Mais do que a inovação narrativa, Lynch também revolucionou o visual de uma produção televisiva, levando o capricho e o surrealismo de suas produções cinematográficas para uma série que desafiava todas as estruturas do gênero.

De maneira geral, o cineasta abriu as portas para as grandes produções que a TV a cabo lançaria nos anos seguintes, como Família Soprano (1999-2007) e Sex and the City (1998-2004) --tudo isso, vale ressaltar, na TV aberta.

Twin Peaks conquistou a crítica logo de cara, recebendo 14 indicações ao Emmy por sua primeira temporada --inclusive melhor série de drama, ator (Kyle MacLachlan), atriz (Piper Laurie), atriz coadjuvante (Sherilyn Fenn), direção (David Lynch) e roteiro (Lynch e Mark Frost). Venceu duas estatuetas: figurino e edição para série de câmera única.

Já no Globo de Ouro, sempre mais aberto para produções que desafiavam o óbvio, a série levou os prêmios de melhor drama, ator (Kyle MacLachlan) e atriz coadjuvante (Piper Laurie).

Twin Peaks ganhou uma continuação tardia em 2017, com uma nova temporada de 18 episódios no canal Showtime que trouxe de volta boa parte do elenco original, além de reforços de peso. Lynch chegou a falar em uma quarta temporada, mas não teve tempo de tirá-la do papel.


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