GEORGE R.R. MARTIN
Reprodução/TBS
George R.R. Martin em entrevista ao talk show de Conan O'Brien no canal norte-americano TBS
REDAÇÃO
Publicado em 29/6/2019 - 10h42
O escritor George R.R. Martin, criador da série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, que inspiraram Game of Thrones (2011-2019), está ciente de que o sucesso do épico de fantasia da HBO é uma experiência única em sua carreira. Ele afirmou que acha muito difícil ter tanta repercussão com outros projetos dos quais venha a se envolver.
"O tamanho do sucesso de Game of Thrones não é algo que qualquer pessoa poderia prever, nem algo que eu espero viver novamente. A série alcançou o mundo todo, invadiu a cultura pop", contou ele no podcast Maltin on Movies, comandado pelo renomado crítico de cinema Leonard Maltin e por sua filha, Jessie Maltin.
A fala não é apenas uma questão de modéstia: depois do fenômeno de GoT, Martin teve outra de suas obras adaptadas para a TV. Mas Nightflyers, que seria a maior aposta do canal Syfy no ano passado, acabou sendo um flop: os dez episódios da primeira temporada foram exibidos de segunda a sexta, pouco antes do Natal. A atração foi cancelada dois meses depois.
Agora, Martin está envolvido com a produção das séries derivadas de Game of Thrones, uma delas que será protagonizada pela atriz Naomi Watts, indicada duas vezes ao Oscar --um sinal do prestígio da produção.
O mais curioso é que GoT tinha tudo para dar errado: o produtor David Benioff entrou em contato com os livros de Martin em 2006, o desenvolvimento da série começou no ano seguinte, o episódio piloto só foi encomendado em 2008 e rodado em 2009. A resposta do público em exibições de teste foi tão ruim que ele teve 90% das cenas regravadas. O produto final só chegou na TV mais de cinco anos depois.
"A experiência que eu tive com Game of Thrones é que ninguém sabe nada. Não deixe ninguém te dizer se algo pode ser produzido ou não", definiu Martin no podcast. Ele mesmo achava que seus livros não poderiam ser adaptados para o cinema ou para a TV porque eram grandes demais e muito sexualizados.
Martin também falou no podcast sobre o quanto os fãs podem ser pessoas ruins. Especialmente na última temporada da série, que foi muito criticada por seu desenvolvimento truncado e com desfechos fracos.
"A internet é tóxica de uma maneira que os antigos fanzines não eram. É claro que eles [fãs de quadrinhos e ficção científica] discutiam, brigavam, não concordavam com tudo o que era feito, mas não era como a loucura que a gente vê na web hoje."
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