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SANTORO E GIANECCHINI

Criador de Bom Dia, Verônica abre bastidores de cena de beijo entre galãs

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Rodrigo Santoro, à esquerda, e Reynaldo Gianecchini, à direita

Rodrigo Santoro e Reynaldo Gianecchini se beijam na última temporada de Bom Dia, Verônica

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 10/3/2024 - 16h00

O beijo entre Reynaldo Gianecchini e Rodrigo Santoro é um dos pontos mais marcantes da terceira (e última) temporada de Bom Dia, Verônica, série de sucesso da Netflix. Raphael Montes, criador e roteirista da produção, revela ao Notícias da TV que a ideia para o desfecho sangrento da cena partiu do próprio elenco.

A última temporada apresenta Jerônimo (Santoro), líder da máfia Cosme e Damião. Durante o desenvolvimento do roteiro, Montes quis construir uma cena que explicasse o relacionamento conturbado entre o personagem e seus irmãos, Brandão (Eduardo Moscovis) e Matias (Gianecchini) --os dois primeiros antagonistas da série.

Ao mesmo tempo, o escritor não quis deixar a trama tão fácil para o espectador. Então, em uma mesa de leitura do roteiro, um dos atores sugeriu que Jerônimo arrancasse a língua de Matias durante o beijo. A cena marcaria o misto de sentimentos entre os familiares, cuja relação se estremeceu após o sequestro de Ângela (Klara Castanho), filha do líder religioso.

"Quando pensei no encontro entre Jerônimo e Matias, queria que fosse um encontro que revelasse o passado deles em só uma cena. Uma situação explosiva que revelaria tudo o que guardam do passado: mágoa, rancor, paixão, tesão, tensão, medo, raiva, todos os sentimentos que se misturam nessa infância e adolescência tortuosa que tiveram", relata Montes.

"O desafio dessa cena era encontrar que texto e que acontecimentos eram esses, que levariam o público a entender em uma cena o passado. Não explicar o passado, mas dar um deslumbre. Sem entender muito, você enxerga por que virou o que virou. Desde o início, tinha um desenho de como revelar isso. Teria todo esse rancor, o beijo, já tínhamos pensado", continua.

Ao longo das leituras com os atores, estávamos sentindo falta de alguma coisa. Talvez a Tainá [Müller] ou o Gianecchini tenha dito: 'E se mordesse a boca?'. Sabe quando alguém fala alguma coisa e ninguém liga muito? E lembro que eu trouxe de volta.

Montes defende que parte de seu trabalho é estar receptivo a opiniões. O autor manteve contato próximo com Tainá, intérprete de Verônica, e criou um espaço acolhedor para que ela experimentasse as próprias ideias.

"[É preciso] Estar atento ao que as pessoas dizem ao redor e resgatar as boas ideias. Claro que parte do trabalho é ter boas ideias, mas nem todas as boas ideias sou eu que tenho, impossível, por isso tem uma equipe. Parte do trabalho é esse, captar as coisas. Escrevi uma versão em que o beijo acontecia, e eles gostaram", completa.

Por que só três episódios?

Enquanto as duas primeiras temporadas de Bom Dia, Verônica tinham oito e seis episódios, respectivamente, o desfecho da produção foi reduzido a apenas três. Montes explica que a decisão foi tomada pela Netflix por questões técnicas --orçamento, disponibilidade dos atores e tempo.

O roteirista encarou a situação como um desafio. "Nunca tinha pensado em uma temporada com três episódios. Já veio esse conceito de A Caçada Final [subtítulo do terceiro ano], uma coisa compacta e intensa, que você não tem tempo de respirar."

"Trabalhei na sala de roteiro com a Ilana [Casoy, cocriadora da produção] e toda a equipe, falei: 'Gente, temos que fazer uma história que não para, um trem sem freio'. Honestamente, foi mais difícil escrever três do que seis. Você não pode desperdiçar nada", afirma.

O autor relata ter recebido opiniões mistas do público acerca da duração da última temporada. "Tenho visto alguns comentários de gente que queria mais episódios, e eu entendo. Mas também tenho visto comentários de gente falando: 'Que bom que são três, porque são três com uma força incrível'."


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