Como atriz canadense usou 'brasilidade' para estrelar série com Nicole Kidman?

A série Operação Lioness, que estreia neste domingo (23) no Paramount+, tem um elenco digno de blockbuster: afinal, Nicole Kidman, Zoe Saldaña e Morgan Freeman são três dos destaques. A quarta protagonista, e um dos pilares da história, é Laysla de Oliveira, atriz canadense com sangue (e espírito) brasileiro. Ela, aliás, defende que só conseguiu o papel da agente Cruz Manuelos porque tem a resiliência e a garra de quem nasce no Brasil.

"Eu acho que fui escalada para viver a Cruz porque sou brasileira. Ela tem uma força, uma luta nela que só quem é filho de imigrante conhece. É aquilo que, em inglês, a gente chama de 'grit' [bravura, coragem, resistência]", define a atriz de 31 anos em conversa exclusiva com o Notícias da TV.

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Laysla faz questão de manter a entrevista toda em português, para praticar o idioma dos pais. "Quando eu responder, vou falar cinco palavras em português e uma em inglês, você vai ter que me ajudar (risos). Mas eu vou tentar", brinca ela, que chegou a morar no Brasil quando tinha entre nove e dez anos. "Por isso, o meu vocabulário não é tão grande quanto eu quero que seja."

Em Operação Lioness, a artista interpreta Cruz, uma latina que foge do namorado abusivo e acaba sendo acolhida pelos fuzileiros navais norte-americanos. Com resultados impressionantes nos treinamentos, ela é chamada para o Lioness Engagement Team (Time de Engajamento Leoa, em tradução livre), um programa real da CIA. Lá, tem a supervisão de Joe (Zoe Saldaña), responsável por treiná-la para agir em campo.

Logo na primeira missão da novata na Lioness, ela precisa se infiltrar em uma organização terrorista do Oriente Médio para tentar derrubá-la por dentro. As sequências eletrizantes no início do episódio de estreia logo revelam o desfecho da ação, mas a produção volta no tempo para mostrar, ao longo da temporada, como Cruz, Joe e os outros agentes foram parar naquela situação.

Laysla, Zoe Saldaña e Nicole Kidman: mulheres fortes

Para entrar na célula terrorista, Cruz se passa por muçulmana. Dessa maneira, Operação Lioness tem um debate sobre etnias, cultura e fé que é desenvolvido em meio à ação. Para a canadense com pais brasileiros, que vive uma mexicana se fazendo de árabe, o tema é intrínseco à própria existência.

"Sou mineira (risos)!", resume ela, com o sotaque que entrega a origem da família. "Eu me considero canadense e brasileira, tenho cidadania dos dois países. Quando nasci, aprendi a falar português antes do inglês. Mas, como eu cresci no Canadá e aprendia inglês na escola, obviamente meu inglês é melhor do que o meu português. Eu só falo português com os meus pais, e eu não moro mais com eles, então às vezes fica difícil", se justifica, sem precisar.

Ainda assim, a brasilidade calhou bastante na hora do teste para Operação Lioness --o que leva Laysla de volta ao tal 'grit' que citou no início da conversa. "Quando eu consegui o papel, os produtores me falaram: 'Nossa, você tem muito grit'. Porque eu não demonstro, sou supertranquila, gosto de maquiagem, mas quando estou atuando, me transformo. Eles se admiraram mesmo com o meu grit. E ele vem muito da minha parte brasileira, com certeza. E a raiva também, né? (risos)."

O Paramount+ disponibiliza os dois primeiros episódios de Operação Lioness neste domingo (23), com um novo capítulo adicionado ao catálogo semanalmente. O criador é Taylor Sheridan, também responsável por Yellowstone, a série mais vista da TV norte-americana nos últimos anos. Confira o trailer da produção: