Amigo de Aluguel
Divulgação/Universal TV
Cena da comédia Amigo de Aluguel, do Universal TV, faz crítica social ao conservadorismo religioso
FERNANDA LOPES
Publicado em 3/3/2019 - 7h46
À primeira vista, Amigo de Aluguel parece mais uma comédia simples, para o telespectador que só quer se distrair durante meia hora. Ela cumpre esse papel, mas nas entrelinhas aborda também temas sociais complexos, como conservadorismo, alienação parental e intolerância religiosa. A segunda temporada estreia neste domingo (3) no Universal TV com só cinco episódios, o que é visto como uma nova forma de fazer série.
"Episódios de 45 minutos ou temporadas de 26 episódios, ou 13, são tradições da TV aberta. Esse modelo não nos serve em nada. O raciocínio é: 'Quanto de grana a gente tem? Qual é o melhor número de episódios para esse gênero, esse roteiro, com esse orçamento? Como a gente concilia isso tudo com o viés de distribuição?'. Com toda essa equação, a gente chega no número de episódios, mas sempre pensando que a programação é flexível", explica Paulo Barata, CEO do Universal TV no Brasil.
A primeira e a segunda temporadas de Amigo de Aluguel foram gravadas ao mesmo tempo, e os novos episódios continuam mostrando a trajetória de Fred (Felipe Abib), ator desempregado que inventa um subemprego bizarro e trabalha como amigo de aluguel. Ele interpreta diferentes personagens de acordo com pedidos dos clientes.
A nova leva de episódios começa com uma crítica ao conservadorismo e à intolerância religiosa, ainda tão fortes no Brasil. Uma mãe que segue o candomblé leva o filho para a casa da avó, católica fervorosa. A senhora insiste que o bebê deve ser batizado, e a mãe contrata Fred para fingir ser padre e mudar a cabeça da beata.
Além disso, na vida pessoal do ator, vários temas sérios se desenrolam. Ele tenta, aos trancos e barrancos, conquistar o amor e a admiração do filho, mas o padrasto do garoto o envenena contra o próprio pai. A mãe, ex-mulher de Fred, se mantém neutra, mas está insatisfeita com a própria vida e bebe para fugir da realidade.
"Fred é um personagem que o tempo todo está querendo mudar, ser o pai perfeito, mas o que acontece com ele é que ele mesmo é o próprio empecilho", diz a criadora da série, Josefina Trotta.
"Esses temas que a gente trata ficam mais leves na comédia, e ao mesmo tempo a gente consegue passar o recado que a gente quer. A gente poderia fazer um drama dessas histórias, desses conflitos, mas na comédia a gente pode brincar e rir disso", complementa Dainara Toffoli, diretora e também criadora da série.
Além de padre, Fred se veste de mulher, de guru (no estilo de Walter Mercado), de tio aventureiro e de vocalista de banda hipster na segunda temporada. Os episódios vão ao ar no Universal TV sempre aos domingos, às 23h.
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