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Segunda temporada

Caos, corrupção e feridas abertas: o que esperar do retorno de Sob Pressão?

Mauricio Fidalgo/TV Globo

Julio Andrade e Marjorie Estiano, os protagonistas de Sob Pressão, que volta à Globo no dia 9 - Mauricio Fidalgo/TV Globo

Julio Andrade e Marjorie Estiano, os protagonistas de Sob Pressão, que volta à Globo no dia 9

FERNANDA LOPES, no Rio de Janeiro

Publicado em 9/10/2018 - 5h10

Série sensação de 2017, Sob Pressão retorna à Globo para sua segunda temporada com um mergulho profundo em dramas pessoais e críticas sociais. Na nova leva de episódios, no ar a partir desta terça (9), o público verá casos absurdos, com cenas superproduzidas, acompanhará a evolução dos traumas pessoais dos médicos e observará o desenvolvimento de uma velha praga no serviço público de saúde: a corrupção.

Escrita por Lucas Paraizo e dirigida por Andrucha Waddintgon, Sob Pressão mantém na segunda temporada o formato que registrou ótimos índices de audiência no ano de estreia. A cada episódio, dois ou três pacientes chegam ao hospital com alguma emergência séria e problemas que mostram feridas abertas na sociedade, como preconceito, homofobia, racismo estrutural, machismo, dilemas com violência.

Os médicos têm que manter o heroísmo para salvar vidas, ao mesmo tempo em que lidam com seus próprios dramas. Os protagonistas Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) agora estão casados e dando força um para o outro, mas traumas do passado ainda os atormentam. O pai estuprador da médica reaparece no hospital.

O hospital público, aliás, está cada vez mais doente. A novidade é a entrada de uma funcionária, interpretada por Fernanda Torres, que vai mudar o cenário. Renata é uma gestora que veio da rede privada de saúde para melhorar a administração do local, mas faz isso através um esquema de corrupção.

Saiba mais sobre o que esperar da nova temporada de Sob Pressão:

mauricio fidalgo/TV Globo

Fernanda Torres caracterizada como Renata, administradora corrupta de Sob Pressão

Ganhos ilegais
Renata, a corrupta personagem de Fernanda Torres, é introduzida aos poucos, com participações curtas a cada episódio. Ela entra no hospital para ajudar a arrecadar verba, melhorar as condições de trabalho e modernizar os equipamentos. Mas percebe que, para isso, é preciso fazer jogo sujo com fornecedores e o governo estadual. Ao final da temporada, a situação ficará insustentável.

"A gente trabalhou com a ideia de não fazer a pessoa malvada que entra só pra roubar no hospital, e sim de fazer um certo raio X da corrupção. A Renata é uma gestora excelente. Só que ela acha que é através da corrupção que o sistema funciona. Mas o sistema é ganancioso, o que antes era só uma pequena corrupção fica maior. O hospital está melhorando, mas aos poucos vão descobrindo às custas do quê", explica Fernanda.

"Na primeira temporada a gente tinha isso com o julgamento do Evandro, em relação à culpa pela morte da mulher. A gente achou importante voltar ao tema da corrupção, e falar disso na saúde é a chance que a gente tem de mostrar na prática, sem humanizar ou demonizar, como isso acontece", complementa o autor, Lucas Paraizo.

Paulo Belote/TV Globo

Os atores Bruno Garcia e Marjorie Estiano nos bastidores das gravações de Sob Pressão

Heróis e sofredores
A base da série continua no elenco fixo de médicos e funcionários do hospital. Sujos de sangue e estressados, eles ainda têm seus próprios dilemas psicológicos para enfrentar. Carolina confronta mais uma vez um fantasma vivo de seu passado: seu pai, condenado por ter abusado sexualmente dela na infância, retorna ao hospital para tentar retomar o contato, o que a deixa perturbada.

"Eu gosto muito desses personagens [médicos] porque eles são falhos. São heroicos dentro do que uma pessoa pode ser e são falhos como todo mundo pode ser também. Isso os aproxima da fragilidade, de a gente não se culpar também pelas nossas quedas", comenta Marjorie.

Outro conflito pessoal é o do médico Décio (Bruno Garcia). No quarto episódio, ele decide passar por um dilema familiar. Aos 45 anos, inspirado pelo caso de uma paciente transexual, ele decide que é hora de revelar à sua mãe que é gay.

Paulo Belote/TV Globo

Gravação da cena de içamento de um personagem obeso, que foi feita em quatro dias

Superprodução
Com 100% das cenas feitas em locações externas, sem uso de estúdio, essa temporada de Sob Pressão terá episódios com eventos maiores. Em um deles, houve a produção do içamento de um personagem obeso, que precisa ser hospitalizado e é resgatado pela janela de seu apartamento. O ator usou os mesmos enchimentos do filme O Professor Aloprado, e as sequências demoraram quatro dias para serem concluídas.

Outro episódio envolve o acidente de um ônibus, que capota, despenca de um viaduto e explode após uma tentativa de assalto. Carolina está dentro do veículo e tem de cuidar dos feridos sozinha até receber ajuda. Marjorie Estiano ficou três dias dentro das ferragens do ônibus para as cenas, e disse que terminou o trabalho com o corpo dolorido.

mauricio fidalgo/tv globo

Marjorie Estiano em cena de cirurgia de Sob Pressão; casos são baseados em fatos reais

Casos reais
Os casos de pacientes do pronto-socorro são todos inspirados em histórias que acontecem mesmo, ainda que pareçam dramáticas demais. Todos os atores e roteiristas fizeram laboratório em hospitais públicos da Baixada Fluminense, e qualquer semelhança não é mera coincidência.

Um dos casos, de uma paciente que chega com silicone implantado clandestinamente e com grave infecção, lembra muito a história do médico Denis Furtado, o Dr. Bumbum, preso após a morte de uma mulher.

"Muitas vezes os roteiristas pegam uma história que ouviram falar e aí acontece [na vida real] uma coisa exatamente igual. Mas a gente gravou muito antes. O noticiário é que dá spoiler", brinca Andrucha Waddington.

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