ROMANCE LÉSBICO
REPRODUÇÃO/NETFLIX
Michaela Stirling (Masali Baduza) em cena de Bridgerton; personagem mudou de gênero na série
[Atenção: este texto contém spoilers de Bridgerton]
O último episódio da terceira temporada de Bridgerton surpreendeu os fãs ao mudar drasticamente a história de Francesca (Hannah Dodd). Casada com John Stirling (Victor Alli), a mocinha até perdeu a fala ao conhecer Michaela Stirling (Masali Baduza), uma prima do marido. A série da Netflix optou por mudar o gênero do personagem Michael e indicou que a sexta filha de Violet (Ruth Gemmell) deve viver um romance lésbico no futuro.
Nos últimos minutos do desfecho da temporada, Francesca contou ao conde o desejo de Eloise (Claudia Jessie) de ir morar com os recém-casados na Escócia durante uma temporada.
John não demonstrou resistência à ideia de ter a cunhada como hóspede e aproveitou para dizer que uma prima dele também os acompanharia. A musicista mal conseguiu disfarçar a atração ao ver Michaela pela primeira vez, chegando até a esquecer o próprio nome --reação idêntica à narrada por Violet sobre o momento em que conheceu Edmund Bridgerton (Rupert Evans).
A história de amor da pianista é contada no sexto livro escrito por Julia Quinn, intitulado O Conde Enfeitiçado. Francesca tem uma vida feliz com John, mas ele morre vítima de um aneurisma com apenas quatro anos de casamento.
Primo do nobre, Michael Stirling herda o título de conde Kilmartin e também revela sua paixão por Francesca. O livro mostra que o libertino se encantou pela pianista à primeira vista ainda no jantar de ensaio do casamento dela com John.
Na saga literária, o ex-devasso supera a culpa e se entrega ao desejo. Ele também tenta convencê-la de que nenhum homem além dele a fará mais feliz, enquanto Francesca passa a ver o rapaz com outros olhos.
Atual showrunner de Bridgerton, Jess Brownell explicou o motivo da alteração na história da irmã de Colin (Luke Newton). "Tenho armado a história queer de Francesca desde o início", disse em entrevista ao Deadline.
"Eu, como mulher queer, realmente me identifiquei com o livro dela. Talvez de uma forma que Julia Quinn não pretendia, mas muito do livro de Francesca é sobre se sentir diferente de sua família e do mundo ao seu redor e sem saber realmente por quê", comentou a produtora.
No livro, acho que se trata principalmente de ser introvertido. Mas para muitas pessoas queer, não para todas, essa sensação de se sentir diferente desde quando você era jovem, faz parte de nossas histórias. Portanto, pareceu natural flexibilizar o gênero.
A showrunner ainda deu indícios de que a série pode flexibilizar alguns aspectos da época, já que não era comum mulheres herdarem títulos de nobreza. A produtora também assegurou que não pretende retratar um drama queer.
"Há certos elementos na história dela, historicamente, que nos permitem alguma margem de manobra em termos de criar um felizes para sempre, o que nós queremos muito", disse ela. "Ao abordar uma história queer, é muito importante para mim que, neste mundo de felizes para sempre, possamos ver um feliz para sempre LGBTQIA+ e não deixar que seja um trauma."
Bridgerton virou um fenômeno no streaming e já está renovada para uma quarta temporada --apesar de a plataforma ainda não ter revelado qual dos irmãos protagonizará a próxima leva.
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