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ESTREIA

Black Mirror do Prime Video, Solos desperdiça elenco com trama cansativa

Divulgação/Prime Video

Helen Mirren em cena de Solos

Helen Mirren em Solos; nova série de ficção científica do Prime Video estreia nesta sexta (25)

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 25/6/2021 - 6h15

O Prime Video estreia nesta sexta-feira (25) a série Solos, antologia de ficção científica descrita por muitos como "a nova Black Mirror". Com um elenco de peso, a atração desperdiça nomes como Morgan Freeman, Anne Hathaway e Helen Mirren em uma trama cansativa e pouco surpreendente.

Gravada em 2020 durante o período de quarentena causada pela crise sanitária de Covid-19, Solos tem uma premissa peculiar e interessante à primeira vista. Cada episódio mostra um personagem diferente reproduzindo um monólogo em que reflete sobre a sua existência em vida. Tal como Black Mirror em seus melhores anos, a atração procura cutucar o público com temas reflexivos.

Criada por David Weil (Hunters), a série chega a ser uma experiência interessante. A produção funciona como uma coleção de contos nas vozes de grandes nomes de Hollywood situados em um determinado ponto do futuro e confrontando problemas ligados a tecnologia, morte, família e traumas pessoais.

Enquanto algumas histórias se conectam --Helen Mirren vive a filha adotiva do personagem de Anthony Mackie 70 anos no futuro--, grande parte dos episódios funcionam sem qualquer ligação. O formato não é novidade e, assim como Black Mirror, nem todos atingem o resultado esperado.

DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO

Anne Hathaway está entre as estrelas de Solos

Não há ação ou aventura, apenas pessoas falando sobre a possibilidade de tê-las. De muitas maneiras, cada episódio parece uma peça que poderia ser vista no teatro mais perto de sua casa. Se as atuações do elenco são extremamente elogiáveis, o uso do monólogo torna-se muitas vezes cansativo.

Mesmo que grande parte dos episódios tenha menos de meia hora, a pouca ação em Solos faz da experiência um peso a ser carregado conforme a história avança. O objetivo de David Weil talvez fosse demonstrar, através dos diálogos do elenco, como tais reflexões podem ser transportadoras, mas as reviravoltas sem clímax enfatizam o quão longos 30 minutos podem parecer.

As falhas, contudo, não impedem que o elenco estrelado tenha momentos de brilho. Helen Mirren faz jus à estatueta do Oscar em sua estante ao interpretar uma idosa que relembra momentos cruciais de sua vida enquanto parte em uma viagem pelo espaço sem volta. Constance Wu e Anthony Mackie, muitas vezes ligados a papéis mais cômicos, fazem em Solos as melhores interpretações dramáticas de suas carreiras.

No fim, Solos parece se esforçar para fazer grandes perguntas, mas sem oferecer boas respostas ou mesmo provocar a audiência para que as encontre. Além do uso (e das advertências) do avanço da tecnologia no futuro, não há um tema abrangente que faça a ligação dos episódios de maneira efeitva como em Black Mirror --com a exceção de uma constante sensação de melancolia.

Assista ao trailer legendado de Solos:


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