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Jessica Gunning como Martha em Bebê Rena; criador pede para que fãs não busquem a stalker real
Série mais assistida na Netflix atualmente, Bebê Rena gerou curiosidade nos espectadores por se tratar de uma história real. O protagonista e criador da série, Richard Gadd, era um comediante em início de carreira quando foi vítima de uma stalker em 2017. Suas experiências chocantes inspiraram o novo fenômeno do streaming.
Um detalhe, no entanto, tem sido o mais questionado entre os que se interessaram pela narrativa: afinal, quem é a verdadeira Martha Scott, interpretada por Jessica Gunning? Se os episódios foram baseados em algo que aconteceu na vida real, a mulher certamente tem uma identidade verídica.
Na obra, Donny Dunn (Gadd) não vive a melhor fase de sua vida quando conhece uma mulher solitária chamada Martha. De amiga, ela se transforma em uma verdadeira perseguidora. Ao mesmo tempo em que tenta se livrar da obsessiva, ele é confrontado com traumas do passado que vêm à tona.
Ainda que a série gere curiosidade, Gadd tem feito de tudo para que a verdadeira Martha permaneça no anonimato. Além de mudar o nome e a aparência da stalker, o criador da minissérie alterou pedaços de sua história pessoal para que fosse ainda mais difícil identificá-la na vida real.
Os fãs de Bebê Rena, no entanto, passaram a bancar detetives na última semana e a especular que pessoas próximas ao criador da série seriam a verdadeira abusadora. Alguns também tentaram descobrir quem teria abusou sexualmente de Gadd, e o ator Sean Foley foi acusado injustamente.
A vida do protagonista foi transformada em um verdadeiro inferno. O ator precisou vir a público e suplicar para que seus seguidores nas redes sociais parassem de tentar descobrir as identidades reais e apenas entendessem a mensagem por trás dos episódios.
"Pessoas que amo, com quem trabalhei e admiro (incluindo Sean Foley) estão injustamente sendo envolvidas em especulações. Por favor, não especule sobre quem poderia ser qualquer uma das pessoas da vida real. Esse não é o objetivo da nossa série", pediu o criador.
Em entrevista à BBC escocesa, Jessica Gunning fez o mesmo apelo. "Se você gosta e é fã da série, deveria continuar com a história de Martha e Donny sendo o que conecta você, sem tentar fazer nenhum trabalho de detetive nem descobrir quaisquer identidades reais", disparou.
A atriz também encorajou os espectadores a assistirem à série por um ângulo em que nada é preto no branco. "Não há bonzinho, vilão, vilão ou vítima, na verdade. Eles são apenas pessoas complicadas, como todo humano", disse.
Bebê Rena, antes de virar série, foi tema de um espetáculo de comédia apresentado por Richard Gadd em 2019. A temporada de sucesso foi interrompida, no entanto, pela pandemia de Covid-19.
Gadd conta que, durante os três anos em que foi perseguido pela verdadeira Martha, recebeu 41 mil e-mails, 350 horas de mensagens de voz, 744 tuítes, 46 mensagens no Facebook e 106 páginas de cartas.
O escocês também ganhou presentes da stalker, como remédios para dormir, cuecas, chapéus de lã e uma emblemática rena de pelúcia --que dá nome à série.
À Variety, o criador afirmou que a série é "emocionalmente 100% verdadeira". Os fatos, no entanto, são emprestados de eventos que ocorreram com ele e com pessoas próximas. "Mas é claro que você não pode contar a verdade exata, tanto por razões legais quanto artísticas", declarou.
O comediante não quis retratar Martha como um monstro, e tentou mostrar as nuances e as dificuldades de cada um dos personagens que fizeram parte da história. "As pessoas têm medo de admitir que cometeram erros, e acho que muitos erros são cometidos por meio de agradar às pessoas. Você permanece mentindo porque é mais fácil contornar a tensão de uma situação", afirmou.
Apesar das emoções reais e de a história ser contada a partir de uma vivência verdadeira, o final de tudo não é como o da série: Richard Gadd não processou sua perseguidora. Ele, no entanto, prefere não entrar em detalhes e considera o assunto como algo totalmente resolvido.
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