CANCELADA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Bruno Fernandes de Souza, o goleiro Bruno, em coletiva de imprensa; Globo não fará mais série sobre jogador
REDAÇÃO
Publicado em 10/3/2020 - 9h43
A Globo desistiu de produzir uma série sobre o goleiro Bruno, condenado por assassinar Eliza Samúdio, modelo com quem teve um filho. A produção seria protagonizada por Vanessa Giácomo, dirigida por Amora Mautner e escrita por Lucas Paraizo --autor de Sob Pressão. O projeto foi duramente criticado pela dramaturga Gloria Perez e pela mãe da vítima.
De acordo com a coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo, a série inspirada no livro Indefensável – O Goleiro Bruno e a História de Morte de Eliza Samúdio foi cancelada. A obra foi escrita por Leslie Barreira Leitão, Paula Sarapu e Paulo Carvalho, e lançada em 2014.
A emissora pretende realizar outras produções sobre crimes que ficaram famosos na mídia. Por enquanto, a plataforma de streaming Globoplay tem sete séries documentais em desenvolvimento. Os projetos tratam de assuntos contemporâneos e outros falam de temas históricos.
O jogador de futebol Bruno Fernandes de Souza foi preso em 2010 por suspeita de ter planejado o sequestro da modelo e mãe de seu filho, Eliza Samúdio. O goleiro foi condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão. Em 18 de julho de 2019, Bruno conseguiu uma progressão de pena para o regime semiaberto e deixou o presídio.
Durante as investigações sobre o desaparecimento, uma das testemunhas do caso relatou que a moça teria sido morta por estrangulamento, e que seu corpo teria sido esquartejado e enterrado sob uma camada de concreto. O caso obteve repercussão nacional e internacional, devido o envolvimento do então jogador do Flamengo.
Após descobrir que a Globo queria fazer uma série sobre o goleiro Bruno, Gloria Perez usou seu perfil no Twitter para criticar a possível produção. "Oi? Só pode ser piada! E de mau gosto!", escreveu a autora de novelas em resposta a uma reportagem que indicava a inteção da emissora em contar a história do crime.
A repercussão negativa ganhou força após a divulgação de que a primeira cena da produção teria cachorros da raça rottweiler devorando o corpo de Eliza, simulando parte do crime.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Amora Mautner declarou que tomava muito cuidado para não romantizar a figura de um criminoso. "Penso muito para não passar nenhuma ideia errada. Tomo um cuidado extremo com isso", afirmou, na época.
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