Segunda temporada
Divulgação/ABC
O ator Connor Jessup, que interpreta Taylor, rapaz estuprado em American Crime
JOÃO DA PAZ
Publicado em 3/8/2016 - 5h14
Indicada a quatro categorias no Emmy de 2016, a segunda temporada de American Crime traz à tona uma questão espinhosa: pode um homem sofrer estupro? O primeiro episódio da nova história da série, que vai ao ar no AXN nesta quarta (3), às 22h, ataca tabus da sociedade. Além de colocar um jovem branco e loiro na posição de vítima, discute também como a elite tenta se proteger, custe o que custar.
Taylor Blaine (Connor Jessup), aluno bolsista de uma prestigiada escola particular do Estado de Indiana, é suspenso após ter fotos em poses comprometedoras divulgadas nas redes sociais. As imagens mostram o rapaz seminu e aparentemente bêbado em uma festa organizada pelo capitão do time de basquete da escola. Taylor, porém, diz que a foto é a prova de que ele foi drogado e estuprado por integrantes da equipe.
Entra em cena, então, a mãe de Taylor, Anne (Lili Taylor, indicada ao Emmy). Ela exige que a escola reveja a suspensão e vá atrás das pessoas que tiraram as fotos e as espalharam. A instituição, representada pela diretora Leslie Graham (Felicity Huffman, também indicada ao Emmy), faz de tudo para encerrar o caso e evitar que a polêmica cresça.
Inconformada, Anne pede ajuda à imprensa e à polícia para conseguir fazer justiça. Porém, ninguém quer entrar em um caso tão obscuro contra a poderosa e nobre escola. Além da diretora da escola, Anne ganha outra rival: a mãe do capitão do time de basquete, de uma família negra e rica. Terri LaCroix (Regina King, também indicada ao Emmy) não admite as acusações de que seu filho estaria envolvido no suposto estupro de Taylor.
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Cultura do estupro
A cultura do estupro é discutida em American Crime sem maquiagem. A série mostra um ambiente extremamente masculinizado, com um time de basquete cheio de jovens prontos para demonstrar o quanto são machos. O treinador da equipe, Dan Sullivan (Timothy Hutton), é um pouco desligado quanto ao que seus atletas fazem fora da quadra. Ele se preocupa mais com sua filha, uma cheerleader. Sullivan desconhece a misoginia e a homofobia enraizadas na equipe, principalmente nas duas principais estrelas.
Kevin, por exemplo, se irrita com sua namorada quando ela não aceita fazer sexo com ele. O jogador chega a ameaçá-la fisicamente. Já Eric Tanner (Joey Pollari) diz que poderia estuprar uma jovem ao ver uma foto dela no celular de um companheiro de time. Nesse ambiente, a violência sexual contra Taylor é tão questionada que, em determinado momento, até ele duvida de que foi vítima. E o telespectador também.
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