Shantay, fica gay: 10 músicas essenciais para se dublar em Drag Race Brasil

Nesta quarta (30), os fãs brasileiros de RuPaul's Drag Race vão ter a chance de "ligar os motores" pela primeira vez com a estreia da versão nacional do reality show. O primeiro episódio chega ao Paramount+ e à MTV com 12 participantes disputando a coroa --e ninguém menos do que Maria Odete Miranda, a Gretchen, como jurada convidada.

Grag Queen, campeã da primeira temporada de Queen of the Universe (2021-2022), vai fazer as vezes de RuPaul Charles. A drag gaúcha vai ter a companhia dos jurados fixos Dudu Bertholini e Bruna Braga, recebendo sempre um convidado para avaliar os desafios da semana.

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A apresentadora também vai pedir para as piores participantes dublarem pela sua vida. Trata-se de um duelo para saber quem segue na competição e quem volta para a casa.

Se seguir os modelos da versão norte-americana, Drag Race Brasil deve misturar tanto hits que estão em alta nas principais paradas quanto alguns dos clássicos associados à cultura LGBTQIA+ no país.

Com edições por todo o mundo, inclusive na Ásia e na Europa, o programa ainda pode apostar em alguns dos principais rostos internacionais do Brasil --de Carmen Miranda (1909-1955) a Pabllo Vittar e Anitta.

Veja 10 músicas que merecem ser dubladas em Drag Race Brasil

Freak Le Boom Boom - Gretchen

Robyn, Alicia Keys, Demi Lovato, Ariana Grande foram juradas que tiveram a chance de ver suas músicas serem dubladas bem na sua frente na versão norte-americana. Com Gretchen já na estreia de Drag Race Brasil, Freak Le Boom Boom é uma escolha quase óbvia, assim como Conga La Conga ou Je Suis Le Femme (Melô do Piripiri).

Lady Zu - A Noite Vai Chegar

RuPaul nunca escondeu a sua paixão pela disco music, com inúmeras provas inspiradas nesse ritmo, como um musical na 12ª temporada (2020) e um desafio de costura no All Stars 3 (2018). Lady Zu é uma das maiores vertentes dessa corrente musical no Brasil, dando ao programa a chance de fazer o que mais sabe: resgatar pequenos clássicos da cultura pop esquecidos.

Noite Preta - Vange Leonel

Vange Leonel (1963-2014) foi uma das maiores ativistas feministas, pelos direitos LGBTQIA+ e pela descriminalização da maconha no Brasil. De quebra, ela compôs Noite Preta, que se tornou uma das canções mais populares dos anos 1990 como tema de abertura de Vamp (1991). A trama é uma referência para o camp brasileiro até hoje.

Sangue Latino - Secos & Molhados

A imagem de Ney Matogrosso com o rosto pintado de preto e branco desafiando a Ditadura Militar (1964-1985) talvez seja uma das imagens mais conhecidas sobre a resistência das pessoas LGBTQIA+ no Brasil. A canção é dramática e performática, mas o Secos e Molhados ainda oferece mais opções de dublagem, como O Vira e Gato Preto.

Erva Venenosa - Rita Lee

Betina Polaroid, uma das participantes de Drag Race Brasil, já deixou claro nos vídeos de Meet the Queens (Conheça as Rainhas, em inglês) a influência de Rita Lee (1947-2023) na cultura drag no Brasil. Erva Venenosa é uma daquelas canções bem caricatas, a ponto de ser usada até por uma vilã digna de desenho animado, como Preciosa (Marina Ruy Barbosa) em Fuzuê.

A Loba - Alcione

Alcione é a personificação de uma das máximas de RuPaul, "você nasceu pelado, e o resto é drag". A cantora consegue agradar a gregos e troianos com canções como A Loba, que são um ótimo cartão de visita para os gringos que vão acompanhar Drag Race Brasil conhecerem mais da música nacional.

Dandalunda - Margareth Menezes

Óbvio que uma música que foi hit do Carnaval não poderia ficar de fora de Drag Race, e Dandalunda é a escolha mais acertada. Uma participação de Margareth Menezes seria um luxo a mais, já que a cantora é a atual ministra da Cultura. Outras autoridades políticas já participaram do programa: as deputadas norte-americanas Alexandria Ocasio-Cortez e Nancy Pelosi, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

Você É Quenga - Tieta

O All Stars 7 (2022) foi bastante elogiado por trazer uma dublagem de um trecho do filme Designing Woman (1957) entre Monét X Change e Jinkx Monsoon. Não faltam, por aqui, cenas de novelas que se eternizaram, como Perpétua (Joana Fomm) chamando Amorzinho (Lília Cabral) de quenga em Tieta (1989) --frequentemente compartilhada nas redes sociais.

Unicamente - Deborah Blando

Deborah Blando foi um fenômeno entre o fim dos anos 1990 e o início dos anos 2000, que recentemente voltou à tona graças a uma bronca que ganhou de Xuxa Meneghel pelo vício em cigarro. Unicamente foi tema de A Indomada (1997) e sucesso instantâneo em shows de drag na época.

Chuva de Prata - Gal Costa

Gal Costa (1945-2022) deixou uma das músicas mais controversas da MPB, e até hoje ninguém chegou à conclusão sobre o que exatamente se trata. Em algumas regiões, a Chuva de Prata é a garoa que permanece após uma tempestade; em outras, remete à ejaculação e ao orgasmo. Joga para o lúdico.