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REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO
Flávia Alessandra e Otaviano Costa apresentam a primeira temporada de Ilha da Tentação
Primo tímido de Brincando com Fogo, da Netflix, o reality show Ilha da Tentação estreou no Prime Video na semana passada com uma proposta curiosa. O programa coloca quatro casais comprometidos para encarar testes de fidelidade com um grupo de solteiros, que a todo momento tenta desestabilizá-los. O entretenimento não parte da "pegação", mas dá uma sensação de vergonha alheia pelas provações que os participantes enfrentam.
A dinâmica leva quatro casais heterossexuais a uma ilha para descobrirem se são realmente fiéis um ao outro. Os homens ficam em uma vila com solteiras, e as mulheres, em um local com solteiros ávidos por pegação. Eles estabelecem regras entre si, como a proibição de sexo e beijo, além de não dormir com outra pessoa.
A ilha, é claro, faz de tudo para colocar os comprometidos à prova. São organizadas festas com bebedeira, jantares e cafés românticos, e até encontros a sós. Os casais só ficam sabendo do que o outro fez em uma fogueira com os apresentadores Otaviano Costa e Flávia Alessandra, que mostram momentos comprometedores dos parceiros e dão conselhos.
Ilha da Tentação é um teste de fidelidade que poderia muito bem dar errado, já que bastaria apenas se controlar para não sair dos trilhos. Parece algo simples, mas o programa vai além quando propõe que os comprometidos criem conexões pessoais com quem está solteiro. Pode surgir uma amizade sincera, uma paixonite passageira ou um amor à primeira vista.
O reality expõe logo de cara um grande problema que atrações do gênero, como Ilhados com a Sogra, Brincando com Fogo e De Férias com o Ex, tiraram de letra: a diversidade. Enquanto os programas concorrentes colocam pessoas de diferentes corpos, etnias e sexualidades para participarem, Ilha da Tentação selecionou só heterossexuais com corpos considerados "padrão".
Flávia Alessandra e Otaviano Costa são o ponto forte do programa. O casal de apresentadores auxilia os participantes a se desconstruírem ao longo do reality show, além de dar conselhos amorosos e apoio emocional. Mas o lado sensível representado pela dupla, que só aparece para dar más notícias, é ofuscado por situações que parecem roteirizadas.
As interações dos homens e das mulheres comprometidos com os solteiros não soam naturais e parecem armadas para gerar conflito. As histórias contadas pelos casais, separados já no primeiro episódio, também não convencem. Um deles afirma estar em castidade e, mesmo assim, protagoniza cenas comprometedoras; enquanto outro casal mais liberal está interessado em viver um retiro de férias.
As fogueiras, momento em que os casais podem ver o que seus companheiros fizeram durante sua ausência, expressam um lado sentimental de cada um deles. O que fica evidente é que, enquanto as mulheres demonstram segurança em suas atitudes, os homens se desesperam com a possibilidade de terem saído da linha --ou, ainda pior, de levarem um chifre.
Ilha da Tentação tem até o momento sete episódios disponíveis no Prime Video. O reality show serve como um bom passatempo para quem está com ressaca de programas do estilo, mas passa longe de ser inovador ou revolucionário --inclusive, o formato já foi produzido pelo SBT em 2002.
O streaming acertaria em cheio em um possível segundo ano com dois chamarizes: mais diversidade no elenco e prêmio em dinheiro para o casal que passasse pelos testes. Viver tantos perrengues e ainda sair de mãos vazias, com a chance de colocar um fim no relacionamento, não é convincente.
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