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Novela da Record

Mexicana demais, Vitória tem mocinha despreparada e fracassa

Anderson Borde/Agnews

Thaís Melchior não segura a onda como protagonista; na foto, ela na coletiva da novela, em maio - Anderson Borde/Agnews

Thaís Melchior não segura a onda como protagonista; na foto, ela na coletiva da novela, em maio

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 23/6/2014 - 11h22
Atualizado em 24/6/2014 - 17h10

RESUMO: Com audiência pior do que sua antecessora, Vitória vem patinando em uma série de problemas. A novela parte de uma história melodramática demais, movida a partir do desejo de vingança de um paraplégico. Juntam-se a isso uma direção exagerada, uma caracterização ruim e uma mocinha até outro dia coadjuvante na Globo

Nem mesmo a campanha de lançamento agressiva de Vitória foi capaz de impulsionar a nova novela da Record. Três semanas após o início, a trama amarga índices ainda menores do que a sua antecessora, Pecado Mortal, e já é possível encontrar alguns indícios que explicam tamanha apatia por parte dos telespectadores.

Para começar, é preciso dizer que a emissora fez a sua lição de casa e vem explorando melhor seus programas para divulgar os produtos de teledramaturgia. Tudo bem que a estratégia usada dessa vez foi meio desastrosa. Em uma prova de Aprendiz Celebridades, um dos grupos lançou uma peça publicitária que dizia “Se depois de um dia cansativo você só pensa em descansar, não assista esta novela”. Um tiro no pé.

De volta à Vitória. O primeiro ponto a se notar diz respeito à falta de comprometimento com o horário de exibição. Anunciada para começar às 21h15, Vitória raramente entra no ar pontualmente. Denota, no mínimo, desrespeito com o telespectador assíduo.

Já em relação à história em si, a trama do mocinho paraplégico Artur (Bruno Ferrari) já seria melodramática demais. Ele quer se vingar do pai, por isso seduziu a “meia-irmã” Diana (Thaís Melchior), mesmo sabendo que não existe relação alguma de parentesco entre eles. O suposto incesto é o ponto de partida para desencadear os acontecimentos da novela, como, por exemplo, o fato de ele se apaixonar de verdade por Diana.

Mas a mexicanização de Vitória não para por aí. A trilha sonora lembra e muito as novelas enlatadas exibidas pelo SBT. Está lá a cantora mexicana Thalía se esgoelando entre uma cena de paisagem e outra. Tem também muita gritaria, apesar de a novela contar com bons diálogos. 

Para completar, o clichê do personagem misterioso, que só aparece de costas, como é o caso do algoz dos neonazistas. Tudo isso só acentua a impressão de que a novela está sendo produzida pela Televisa, a Globo do México.


Artur e Gregório (Antonio Grassi) em cena da novela; a direção da trama é pontuada por exageros

Por falar no núcleo neonazista, um dos melhores da novela, é preciso destacar o trabalho de Juliana Silveira (Priscila). A atriz está aproveitando as nuances da personagem e dando show. As tatuagens dos membros do grupo é que fazem rir até o mais míope dos telespectadores, tamanha a artificialidade da caracterização.

A cena do ataque ao ônibus vindo do Nordeste tinha tudo para ser impactante, não fosse o exagero, de novo, da caracterização e da direção. Sangue escorrendo pelo rosto dos personagens, e figurantes cheios de caras e bocas tentando passar expressão de medo. Muitos diálogos soltos em uma sequência em que as imagens seriam mais importantes do que as falas. Ficou over.

Teve também a cena do atirador que sabotou uma corrida de cavalos, fugiu de helicóptero, atirou no piloto, derrubou a aeronave, mergulhou no mar e escapou da polícia trocando de roupa com um vendedor ambulante na praia. Tudo isso, é claro, mascarado. Uma cena de ação que dispensaria diálogos foi repleta de falas desnecessárias. Ficou over, de novo. 

Thaís Melchior, a mocinha Diana, tem um rojão difícil de segurar sozinha. Antes coadjuvante em novelas da Globo, a moça assume o posto de protagonista na Record sem estar totalmente preparada. Falta a ela ainda um pouco de carisma com o público.

O elenco conta com bons destaques, como Rafaela Mandelli (Sabrina), Jonas Bloch (Ramiro), Beth Goulart (Clarice) e Lucinha Lins (Zuzu), mas, para que Vitória não seja uma verdadeira derrota, é preciso ajustes. Ainda tem tempo, basta que Cristianne Fridman, a autora, seja sagaz e promova logo as mudanças, limpando sua trama dos exageros.

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