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Crítica | Novela das sete

Com Paraisópolis, Globo volta a aclamar a classe C nas novelas

Zé Paulo Cardeal/TV Globo

Tatá Werneck e Bruna Marquezine gravam em rua de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo - Zé Paulo Cardeal/TV Globo

Tatá Werneck e Bruna Marquezine gravam em rua de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 16/5/2015 - 6h32

À primeira vista, I Love Paraisópolis, a novela das sete que estreou nesta semana, parecia uma trama sem muitos atrativos. Um título que não é dos melhores, elenco com poucos rostos conhecidos e mais uma vez a dicotomia batida de pobres versus ricos em cena. Mas, já nos primeiros capítulos, o folhetim vem mostrando qualidades, com uma história despretensiosa que contada em um ritmo crescente.

Com Paraisópolis, o abismo social voltou a dar as caras na tela da Globo, e a classe C, tão aclamada pelas emissoras, veio com tudo depois de incursões em Avenida Brasil e Cheias de Charme (2011). Como o próprio título sugere, a comunidade paulistana de Paraisópolis é quase um personagem da história.

Tal qual a protagonista Mari (Bruna Marquezine), Paraisópolis foi logo apresentada com todas as suas dimensões e características. Por ter todo esse status, nada mais natural que ganhe um cuidado especial da equipe de arte. A exemplo de Meu Pedacinho de Chão (2013), a construção de uma cidade cenográfica mais detalhada trouxe mais realidade à história. Como a riqueza cultural da favela de Paraisópolis é enorme, repleta de gente de todos os cantos do Brasil, essa é também uma forma de levar essa diversidade para a ficção.

Mas a localização ficou mesmo em segundo plano nessa primeira semana de exibição da novela, que conta a história de Mari, uma garota batalhadora, moradora da favela (até aí nada de novo), que tem o destino cruzado com Benjamin (Maurício Destri), arquiteto premiado cujo sonho é reurbanizar Paraisópolis. Em seu primeiro papel de destaque na televisão, Destri mostrou segurança e  potencial de crescimento ao longo da história.

Os dois se conhecem, se apaixonam e agora têm mais de cem capítulos para lutarem pelo amor, com direito a obstáculos como a vilã megera, perua e um tanto caricatural, mãe do rapaz, Soraya (Letícia Spiller), além de Margot (Maria Casadelvall), a namorada que não está disposta a abrir mão de Benjamin, e do antagonismo social existente entre eles.

Completam o elenco nomes como Tatá Werneck (Danda) e Caio Castro (Grego). Junto com Marquezine, eles têm forte apelo entre o público mais jovem. A escalação certamente levou em conta tal fato, principalmente porque são poucos os nomes de destaque da novela. É preciso reconhecer, porém, que o que sobra de beleza em Castro falta em talento. O garoto vem de atuações irregulares _foi bem em Ti Ti Ti (2010) e voltou a tropeçar em Fina Estampa (2011) e Amor à Vida (2013).

A primeira semana de I Love Paraisópolis mostrou-se promissora. Grande ganho para a trama, Tatá Werneck diverte, ainda que deslize um pouco nas cenas de drama. O humor da atriz é natural e ela não precisa se esforçar muito para arrancar o riso. Destaque também para Babu Santana, no papel de Jávai, um mano paulistano. O ator incorporou o personagem e convence como o tipo.

Em comparação com a titular anterior do horário, Alto Astral, I Love Paraisópolis larga em vantagem também por causa do texto apurado, diálogos rápidos e fluídos, assim como as cenas ritmadas e divertidas.

Diferentemente de Babilônia, que apresentou um primeiro capítulo de tirar o fôlego e depois foi derrapando no ritmo, a novela das sete parece fazer o caminho contrário, sem solavancos no telespectador e com potencial de engrenar.


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