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Análise

Agradável, Everything Sucks! é vítima de comentários negativos em excesso

Divulgação/Netflix

Peyton Kennedy e Jahi Winston em cena de Everything Sucks!, nova comédia da Netflix - Divulgação/Netflix

Peyton Kennedy e Jahi Winston em cena de Everything Sucks!, nova comédia da Netflix

JOÃO DA PAZ

Publicado em 24/2/2018 - 6h22

Lançada na semana passada pela Netflix, a comédia Everything Sucks! está sendo detonada por comentários negativos. Roteiro previsível, atuações insossas e a chatice da série como um todo são as principais críticas do público. Esse azudeme é exagerado, pois a série está sendo mal compreendida. A proposta da atração é contar as aventuras de um grupo de amigos adolescentes e mostrar como uma garota dos anos 1990 aflora sua homossexualidade. Nada mais do que isso.

Everything Sucks! não tem pretensão de dominar o Emmy, mas também não é o desastre pintado nas redes sociais. A comédia peca ao ser superficial em alguns momentos e por apresentar soluções sem brilho. Só que a moral da história e os personagens carismáticos são maiores que os pontos negativos. O resultado final é uma série que serve como uma boa diversão para quem quer apenas se distrair e relaxar, como pretendem quase todas as comédias.

O hype em torno das séries da Netflix é tão grande que, se não houver prudência, La Casa de Papel, uma colagem de clichês em espanhol, pode ser considerada a melhor série da história.

A alemã Dark, também da Netflix, é superbadalada pelo público, mas tem nota mediana (61 de 100) no site Metacritic, que compila as análises dos principais veículos de entretenimento dos Estados Unidos, ou seja, que considera a análise de especialistas, não de fãs. Castigada pelo público, Everything Sucks! está à frente, com a nota 62.

Assistir à série nostálgica como um jurado de Carnaval, atento aos mínimos deslizes para descontar pontos, não é a melhor opção. Muito menos equipará-la com comédias refinadas, como Veep (HBO) e Unbreakable Kimmy Schmidt.

Tais séries são produzidas e vendidas como produtos de alto padrão. Entre tantas metas a bater, uma delas é marcar presença nas grandes premiações. Por isso, há um cuidado maior nos textos, boas amarrações nas jornadas dos personagens e um apuro nas direções dos episódios, além do elenco top.

Essas preocupações não são prioridade em Everything Sucks!, feita para ser uma simples diversão. É sim uma mistura de drama e comédia digna de filmes da Sessão da Tarde. E por que tais características são interpretadas como algo ruim? Nem toda série terá as sacadas de Mr. Robot e nem será diferentona como Room 104.

O produto final da nova comédia da Netflix satisfaz o telespectador menos ranzinza. Assistir aos episódios com um olhar mais inocente é a melhor experiência. Tudo fica mais agradável, de embarcar no romance impossível de dois alunos a simpatizar com uma mãe e pai solteiros que tentam encontrar a felicidade no amor.

Ninguém compararia Malhação com a novela das nove. A primeira tem a missão de ser um laboratório de talentos que, anos depois, poderão estar no horário mais nobre da dramaturgia brasileira. Isso não desqualifica o bom entretenimento ou as questões levantadas pela novelinha, como nas mais recentes temporadas. Por que fazer diferente com as séries?

Modesta, Everything Sucks! ainda consegue apresentar duas atrizes que merecem mais atenção. Uma delas é Peyton Kennedy, que vive a fofa Kate Messner. A outra é Sydney Sweeney, intérprete da inconsequente Ermaline: ela cravou uma vaga na segunda temporada de The Handmaid's Tale, atual vencedora do Emmy.

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