Vai na Fé põe protagonista para cantar e espantar os 'males' de Cara e Coragem

Uma história solar, leve, divertida e gostosa de se acompanhar: foi assim o primeiro capítulo de Vai na Fé, trama de Rosane Svartman que estreou no lugar da mal sucedida Cara e Coragem. A nova novela das sete entregou uma protagonista guerreira e popular, bem defendida por Sheron Menezzes. Pelo primeiro dia, Sol tem potencial para conquistar o público, carente de uma heroína na faixa de horário.

A escolha de Sheron para o papel principal se mostrou acertada. Acostumada a personagens que flertam com a vilania, a atriz encontrou o tom certo para oscilar nos primeiros dilemas da camelô. Ela foi bem cantando paródias de funk para atrair os clientes, emocionada no coral na igreja e dando uma chamada na filha, que foi desrespeitosa com o pai.

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A família principal tem potencial para boas discussões. Neste primeiro dia, a autora abordou o conflito de gerações com a briga entre Carlão (Che Moais) e Jenifer (Bella Campos) e a luta para a classe mais pobre colocar comida dentro de casa sem perder a esperança.

O machismo do marido de Sol no capítulo de estreia já dá mostra do que virá pela frente com a decisão que ela toma de virar dançarina de Lui Lorenzo (José Loreto) --ótimo em sua pequena dobradinha com Luis Lobianco e Renata Sorrah.

Emilio Dantas apareceu pouco, mas seu Theo promete enojar o público com comportamento asqueroso e comentários maldosos; escondidos, é claro, sobre a capa de bom marido e pai de família.

Lumiar é outra personagem com potencial para brilhar. Nesta estreia é possível perceber que ela é Bem (Samuel de Assis) terão conflitos que podem mudar o rumo do comportamento da advogada.

O núcleo jovem --que é uma especialidade da autora-- pode render boas dramas com o conflito social entre os alunos. Mel Maia encarnou muitíssimo bem o papel da influenciadora arrogante e sua parceria em cena com Bella e Jean Paulo Campos é uma das apostas para conquistar os mais novos para acompanhar a história.

Na verdade, Rosane Svartman conseguiu escrever vários núcleos com potencial para render diversas histórias que podem conversar entre si. A novelista entregou um primeiro capítulo popular sem ser popularesco, com alegria, bons personagens e energia para resgatar o público, que desligou a TV no horário das sete.

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