ÚLTIMA SEMANA
FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Maria Santa (Duda Santos), Mariana (Theresa Fonseca) e Iolanda (Camila Morgado) em Renascer
Renascer vai exibir o seu último capítulo na sexta (6) distante de ser um sucesso, mas também longe de ser um fracasso retumbante como Um Lugar ao Sol (2021) e Travessia (2002). Com uma audiência morna, a novela das nove da Globo teve uma trajetória cheia de altos e baixos --ainda que o público tenha prestado mais atenção nos defeitos do que nas qualidades.
O ápice da história obviamente foram as duas primeiras semanas, em que o autor Bruno Luperi mostrou o porquê de já ser um dos "medalhões" do horário nobre --assim como o avô, Benedito Ruy Barbosa. Ele foi além da primeira versão, preenchendo as lacunas que ficaram sobre a origem de José Inocêncio (Marcos Palmeira).
O roteirista, porém, enfrentou um cenário bem adverso para dar continuidade à trama na segunda fase. A primeira versão, exibida em 1993, já era considerada lenta para a época --característica que ficou ainda mais perceptível na adaptação, que parecia praticamente não sair do lugar.
Luperi teve de inventar diversas novas tramas não só para atualizar a narrativa, mas também preencher os capítulos previstos desde o início pela Globo. A emissora também pecou em exibir uma novela com um tema parecido anteriormente –em que Antônio (Tony Ramos) também rejeitava o filho, Caio (Cauã Reymond), em Terra e Paixão (2023).
O insucesso de Renascer ainda coloca mais desafios para a líder de audiência, que vai voltar a apostar em um remake em 2025, quando vai comemorar os 60 anos. Manuela Dias está encarregada da nova versão de Vale Tudo (1989), de Aguinaldo Silva, Leonor Bassères (1926-2004) e Gilberto Braga (1945-2021).
Maria Santa (Duda Santos)
Intérprete de Maria Santa, Duda Santos conquistou o público na primeira fase e conseguiu repetir a façanha de Patrícia França, que ficou com a personagem em 1993. Ela foi rapidamente promovida ao posto de protagonista, encabeçando Garota do Momento --novela de Alessandra Poggi que vai substituir No Rancho Fundo.
Rachid (Almir Sater)
Bissexto na televisão, Almir Sater mostrou por que merecia um papel de destaque depois do chalaneiro Eugênio do remake de Pantanal (2022). Ele deu um toque próprio para o libanês, que acabou até desbancando os mocinhos no romance cheio de idas e vindas com Iolanda (Camila Morgado).
Egídio (Vladimir Brichta)
Conhecido principalmente por papéis cômicos, Vladimir Brichta mandou bem em seu primeiro vilão no horário nobre. O ator acertou o tom de Egídio, que foi um dos poucos responsáveis por movimentar a história. Os telespectadores amaram odiar o coronel, de suas pequenas às grandes maldades --como o assassinato de José Venâncio (Rodrigo Simas).
João Pedro (Juan Paiva)
O ator segurou um personagem difícil e que facilmente poderia soar como um chato para o público. João Pedro teve boas cenas com Zinha (Samantha Jones), numa química que se estendeu também para o resto do núcleo --principalmente José Bento (Marcello Melo Jr), Joana (Alice Carvalho) e a recém-chegada Lilith (Lucy Alves).
Tião Galinha (Irandhir Santos)
Irandhir novamente colocou uma novela no bolso com a sua versão de Tião Galinha, que foi além de uma homenagem ao catador de caranguejo interpretado por Osmar Prado em 1993. O ator brilhou sob a direção de Gustavo Fernandez com os difíceis monólogos escritos por Luperi –sobretudo, com um tema tão sensível quanto à reforma agrária.
O autor Bruno Luperi
Luperi foi subaproveitado pela Globo ao ser escalado pelo remake de Renascer, até porque já tinha apresentado projetos próprios --a novela Arroz de Palma, ainda sem previsão de sair do papel. Ele teve a ingrata tarefa de, novamente, ser comparado com o avô --dessa vez, sem a boa audiência como no remake de Pantanal.
Um desgaste desnecessário para um ator que poderia ser melhor aproveitado pela emissora, especialmente pela boa parceria com o diretor artístico Gustavo Fernandez.
Mariana (Theresa Fonseca)
Theresa Fonseca pegou um papel difícil e até conseguiu escapar das críticas que fizeram Adriana Esteves se afastar da TV por causa de Mariana. Ela, porém, teve pouquíssimas chances de mostrar ao que veio. A culpa não foi da atriz, mas do próprio roteiro --com pouco espaço para a construção de uma boa vilã.
José Luiz Villamarim, diretor de Dramaturgia da Globo, enfrenta um processo sem precedentes de transformação, com o fim dos bancos fixos de talentos e com a crise de audiência da TV aberta. Renascer foi aquém do esperado pela casa, impondo ainda mais desafios para as produções que estão sendo preparadas para o horário nobre.
Lívio (Breno da Matta)
Luperi fez uma inclusão interessante de personagens evangélicos como o pastor Lívio (Breno da Matta) e Iolanda. Apesar de boas cenas com o religioso, ele também foi pouco aproveitado dentro da história --resumindo-se a ficar como "leva e traz" entre as fazendas de José Inocêncio e Egídio.
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