JOANA DE VERONA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
A atriz luso-brasileira Joana de Verona em cena como a Adelaide do remake de Angela Chaves
DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro
Publicado em 20/3/2020 - 5h21
Quase um século se passou desde que Adelaide colocou os pés de volta em São Paulo para questionar as certezas e os julgamentos de Emília (Susana Vieira) em Éramos Seis. Intérprete da feminista, Joana de Verona lamenta que, tantos anos depois, as mulheres tenham de enfrentar dilemas parecidos com os de sua personagem. "O machismo infelizmente ainda existe e não mudou muito", analisa a jovem em entrevista ao Notícias da TV.
A artista se surpreendeu com a quantidade de pessoas que a abordaram nas ruas e nas redes sociais para contar que passaram por situações muito próximas às da irmã de Justina (Julia Stockler). "Elas nasceram em uma época posterior à que a novela se passa, mas sentiram na adolescência e no início da fase adulta essa mesma vontade de se afirmar diante do preconceito", considera.
Apesar de a trama se iniciar na década de 1920, o remake de Angela Chaves está atualmente em meados de 1932, ou seja, 88 anos atrás. "O importante em se fazer essa ligação entre o passado e o presente é levar as pessoas a refletirem se estão sendo ou não preconceituosos", avalia a atriz.
Ela, claro, vê uma série de avanços nos direitos femininos com o passar do tempo, mas aponta algumas medidas que evidenciam o quanto a discriminação de gênero está enraizada na cultura brasileira.
"Os vagões exclusivos para mulheres no transporte público [no Rio de Janeiro e em Brasília, por exemplo] mostram a perpetuação do sexismo, porque era para ser uma medida provisória e estão aí há quantos anos?! Não houve uma mudança de paradigma, ainda há homens que continuam sendo grosseiros, agressivos, que se sentem no direito de invadir o nosso espaço", exemplifica a luso-brasileira.
Em sua estreia na Globo, Joana se sente satisfeita com a repercussão dos ideais à frente do seu tempo de Adelaide. "Eu me sinto privilegiada por fazer uma personagem com tanto impacto junto ao público, porque as telespectadoras se identificam, e assim a gente cria um espaço de reflexão", pondera.
A artista acredita que a educação é um fator fundamental para que mulheres como a prima de Alfredo (Nicolas Prattes) sejam regra e não exceção nas próximas décadas.
"A gente tem que se afirmar, porque ainda estamos vulneráveis em relação ao assédio, ganhamos menos, precisamos provar o nosso talento a todo momento ao ocupar uma posição de poder, um cargo hierárquico alto. O machismo existe, mas nós temos força. A mulher é um bicho muito ágil, muito mais forte do que pensam. É por isso que os homens se assustam", arremata a intérprete.
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