CRÍTICA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Fim de Pantanal: José Leôncio acompanhado dos netos, interpretados por Theo e Lia Luperi
CARLA BITTENCOURT, colunista
Publicado em 8/10/2022 - 0h09
Atualizado em 8/10/2022 - 7h28
Pantanal terminou na noite desta sexta (7) exatamente como começou: com cenas bonitas, elenco afiado, muita emoção e a lentidão característica das obras de Benedito Ruy Barbosa. O último capítulo da novela das nove da Globo abusou de sequências de tirar o fôlego como o encontro entre José Leôncio (Marcos Palmeira) e o Velho do Rio (Osmar Prado), a descoberta da paternidade de Tadeu (José Loreto) e o velório do rei do gado.
Ao longo dos sete meses em que esteve no ar, o folhetim escrito por Bruno Luperi foi marcado por cenas que mais pareciam uma obra de arte na telinha da casa dos telespectadores. As belas paisagens e a tocante trilha sonora marcaram a história dos Leôncio.
Apesar de ser uma novela considerada lenta para os dias atuais, Pantanal agradou um público sedento por qualidade e nostálgico em rever a saga que fez sucesso na Manchete de 1990.
O último capítulo não foi diferente do que foi mostrado desde a estreia, em março. Os protagonistas Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuita Barbosa) quase não apareceram, dando espaço a personagens secundários.
Na noite desta sexta, Tadeu (José Loreto) ganhou um protagonismo nunca antes dado ao personagem. O encontro entre o peão e o avô foi bonito de ver, mas o espaço dado à sequência foi desproporcional ao tamanho da história do filho de Filó (Dira Paes).
O flerte entre Eugênio (Almir Sater) e Zuleica (Aline Borges) foi rápido e desnecessário, assim como a sugestão de que Renato (Gabriel Santana) poderia ter algo com Giovanna Gold, a Zefa da primeira versão. Já o beijo entre Zaquieu (Silvero Pereira) e Zoinho (Thommy Schiavo), Bruno Luperi, autor do remake, foi na contramão do avô, Benedito Ruy Barbosa, responsável pela versão original da novela das nove da Globo.
Em 2016, durante o evento que marcou o início de Velho Chico, trama de Barbosa e Luperi, o veterano causou ao disparar contra tramas com homossexuais. "Odeio história de bicha", disse o novelista à época.
No último capítulo, que teve duração de duas horas, o beijo entre os peões em Pantanal aconteceu durante a festa de casamento de José Leôncio e Filó. Os dois peões engataram na dança e em questão de segundos, eles tascaram um beijo na boca, fazendo os convidados da festa vibrarem com a diversidade pantaneira.
Foi o máximo de "diferente" que o autor ousou durante a novela inteira. Luperi seguiu (quase) à risca a cartilha do avô e teve um belíssimo resultado. Se não fosse assim, não seria uma novela feita por Benedito Ruy Barbosa.,
-> Veja a audiência do último capítulo de Pantanal
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