O Rei do Gado: Geremias pega Rafaela na mentira e assume assassinato de Fausto

Interpretado por Raul Cortez (1932-2006), o fazendeiro Geremias acabará admitindo que matou Fausto (Jairo Mattos) em O Rei do Gado. Ele fará isso para assustar Rafaela (Gloria Pires), que terá inventado uma história cabeluda para se livrar de outra acusação. A golpista fará de tudo para não ser acusada de ter dado um tiro contra o próprio tio na novela do Vale a Pena Ver de Novo.

O latifundiário, afinal, perdoaria o fato de ela matar o advogado, mas não teria a mesma complacência caso soubesse que ela foi a pessoa que o alvejou. A dondoca sabe que o tio lhe cederia advogado e quiçá um acordo com o delegado caso ela tivesse matado Fausto. No entanto, ele exigiria a cadeia se soubesse da traição dela.

Por isso, assim que for chamada para depor sobre ambos os crimes, ela dará uma versão maluca, mas consistente. Admitirá que tinha um acordo com Fausto, mas desistiu de dar o golpe em Geremias e começou a ser ameaçada por ele. As coisas pioraram com a chegada de Marcos, que teria despertado o lado ciumento do advogado. O filho de Bruno (Antonio Fagundes) teria se incomodado com o surto do rapaz e armado para dar cabo dele.

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O personagem de Fabio Assunção teria pedido para a amada furtar a arma do tio. Ela teria cumprido o combinado, e o rapaz disparado o tiro. A versão parece perfeita. Ela repetirá o plano várias vezes ao delegado Josimar (José Augusto Branco), que se convencerá da história. Ele, então, expedirá um mandado de prisão a Rafaela, como cúmplice pelo assassinato.

Geremias ficará surpreso, sem acreditar que Rafaela aceitaria ser colocada atrás das grades por um crime que não cometeu. Ele refletirá sobre o porquê a sobrinha faria isso, e, então, acabará entendendo tudo. O rei do café irá a delegacia e pedirá um tempo para Josimar. Voltará para casa e, sério, chamará a golpista para uma conversa.

"Aquele delegado tem decretado uma prisão preventiva contra você. Porque você confessou que deu a minha arma para o Marcos Mezenga matar o doutor Fausto", começará o fazendeiro, furioso. "Mas é verdade", retrucará a salafrária.

"É mentira", insistirá o ricaço. "E tem mais, aquele delegado pode me levar de volta pra delegacia, que eu vou morrer afirmando isso. Eu entreguei aquela arma para o Marcos Mezenga matar o doutor Fausto", afirmará ela, mais uma vez.

O rei do café começará a berrar que a história é mentira, e Rafaela insistirá em sua versão, também aos gritos. Em determinado momento, ela questionará por que o tio tem tanta certeza de que ela está mentindo. "Porque io, io, matei aquele desgraçado", soltará o homem. "Fui io, Rafaela. E sem nenhum remorso!"

"Mas por que que o senhor...", perguntará a moça, completamente chocada. "Tua história, Rafaela, tá mal contada desde o início", esbravejará o veterano. "E por que o senhor deixou eu continuar essa história?", continuará ela, ainda confusa. "Porque você me ajudou a separar o maledeto Bruno Mezenga", cravará o ricaço, em referência ao fato de deixar a herança para a jovem, mas não dar um centavo para o sobrinho.

Eles seguirão discutindo, até que o personagem de Raul Cortez perguntará se ela lhe deu o tiro. A moça ficará quieta. Ele, então, tirará suas próprias conclusões e a expulsará de casa. Generoso, o homem dará uma fazenda para a falsa sobrinha e prometerá livrá-la da polícia --desde que ela nunca mais dê as caras por ali. 

Escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Luís Fernando Carvalho, a novela rural, exibida originalmente em 1996, conta a saga de Bruno Mezenga, eterno rival dos Berdinazzi.

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