Ministério da Justiça veta novela Jesus para menores de 14 anos por cenas de sexo

O Ministério da Justiça reclassificou Jesus, da Record, como não recomendada para menores de 14 anos. De acordo com publicação no Diário Oficial da União, a novela bíblica não fez os ajustes exigidos pelo governo para continuar indicada ao público a partir de 12 anos. O ministério considerou que Jesus exibe fortes cenas com personagens envolvidos em uso de drogas, violência e conteúdo sexual.

Essa é a segunda reclassificação indicativa da trama de Paula Richard. Jesus estreou em julho como não recomendada para menores de 10 anos. O Ministério da Justiça observou os primeiros capítulos e notou muitas alusões a morte, pena de morte e violência em geral.

A Record foi notificada mais de uma vez de que precisaria fazer ajustes e cortes na novela caso quisesse manter o selo, mas as edições não foram suficientes para a instituição nacional. Por isso, em 29 de agosto, Jesus foi reclassificada como não recomendada para menores de 12 anos. 

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O Ministério da Justiça continuou acompanhando a novela de lá para cá e considerou que a quantidade de cenas que mostravam drogas, sexo e violência era maior do que o apropriado para o selo de 12 anos. A novela então passou a ser recomendada apenas para adolescentes acima de 14 anos.

De fato, desde o início Jesus apresenta bastante conteúdo relacionado a violência e guerras. Nos próximos capítulos, por exemplo, Pilatos (Nicola Siri) comandará lutas cruéis entre pessoas de camadas mais vulneráveis de sua época. Mandará que um homem doente e ridicularizado vá para batalha e que dois gladiadores negros, um homem e uma mulher, se enfrentem.

Quem conhece minimamente a história de Jesus já deve prever também que a violência contra o filho de Deus tende a aumentar. O personagem de Dudu Azevedo já começou a avisar aos apóstolos que será morto. As cenas de Jesus na Via-Crúcis foram gravadas no Marrocos, e a caracterização de Azevedo, todo machucado e ensanguentado, impressiona.

As cenas de conteúdo sexual são mais representadas pelos coadjuvantes. A personagem Salomé (Valentina Bulc), por exemplo, já fez danças sensuais para seduzir os homens. 

Dos três motivos usados pelo Ministério da Justiça para a reclassificação, o uso de drogas é o menos evidente. Cenas com bebidas alcoólicas aparecem eventualmente, como no caso do personagem Tiago Justo (Gil Coelho), que bebeu para afogar as mágoas após ser abandonado por sua noiva.