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AUTORA DE NOVA NOVELA

Iris Abravanel chora por diretor morto e o culpa por saga interminável de Poliana

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Iris Abravanel usa uma blusa creme com bolinhas brancas e segura um microfone; os olhos estão cheios de lágrimas e ela aperta a boca

Iris Abravanel no evento de imprensa para o lançamento de A Infância de Romeu e Julieta

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 3/5/2023 - 7h00

Iris Abravanel perde o fôlego quando é questionada sobre a quantidade de capítulos de A Infância de Romeu e Julieta, nova produção do SBT em parceria com o Prime Video. E não porque tem dificuldade de responder a pergunta --segundo ela, quem decide o tamanho da novela é o diretor--, mas sim porque isso a fez lembrar de Reynaldo Boury (1932-2022), diretor morto no ano passado. Fã de folhetins longos, ele lutou para que As Aventuras de Poliana (2018-2020) batesse um recorde no Brasil.  

"Ele ficava: 'Iris, faça aquilo, faça mais isso, vamos duplicar, vamos triplicar', e aconteceu... Foi graças ao Boury mesmo que nós chegamos ao 560", contou ela, com os olhos cheios de lágrimas, no evento de lançamento da novela à imprensa.

"Ele já tinha um recorde em Redenção [1966-1968, da TV Excelsior, com 596 capítulos], e queria bater o recorde dele mesmo", explicou Fernando Pelegio, vice-presidente do departamento artístico e diretor criativo da emissora. A empreitada, porém, não foi conquistada.

A autora ainda não definiu qual será o tamanho de A Infância de Romeu e Julieta. Tudo depende da repercussão da novela entre o público. Mas a emissora não tem nenhum interesse em encurtar as produções para seguir o padrão da Globo --como definiu Pelegio.

"Nós temos novelas norte-americanas que estão há 40 anos no ar. Nossas novelas, com 300, 350 capítulos, não são nada perto disso. Isso [fazer novelas mais curtas] não é uma tendência mundial. É que no Brasil não temos esse costume, a Globo não tem esse costume, mas não quer dizer que a gente precisa respeitar", afirmou.

A nova produção será inspirada livremente no clássico Romeu e Julieta (1595), de William Shakespeare (1564-1616), mas de forma mais lúdica e menos trágica. Iris já adianta que o folhetim terá um final feliz, apesar de, no conto original, os dois protagonistas acabarem mortos. "Shakespeare deve estar se revirando no túmulo", admite ela, aos risos.

Guerra de famílias

Na trama, as famílias de Romeu Monteiro (Miguel Ângelo) e Julieta Campos (Vittória Seixas) também viverão em pé de guerra. O motivo? O bairro em que eles moram, Castanheiras. Os Monteiro querem modernizar o local, com prédios chiques e grandes empresas --tanto que o lado da cidade "comandado" por eles é chamado de Torre. Já os Campos serão mais tradicionais, com seus pequenos negócios e casinhas clássicas, no chamado "lado Vila". 

A disputa piorou com o passar dos anos e, no momento em que a novela começa, outras questões assombrarão as famílias. A mãe de Romeu, Vera (Bianca Rinaldi), chegará a incriminar injustamente a mãe de Julieta, Mariana (Juliana Schalch), e mandá-la para a cadeia. Os amigos dos jovens também enfrentarão uns aos outros o tempo todo. O único local de paz será a quadra de esportes da cidade, cenário que recebeu a imprensa na última quinta (27).

O esporte é um dos pilares da nova novela, segundo Ricardo Mantoanelli, diretor da produção. O amor como elo num mundo polarizado, a inclusão --uma personagem surda, interpretada por uma atriz que de fato tem a deficiência, discutirá a importância da comunicação na Língua Brasileira de Sinais (Libras)-- e a imaginação infantil completam o quarteto de temas abordados. 

Mas, apesar dos debates sociais e da escalação de pessoas negras em ambientes de poder, um espaço tão negado em outras obras, Iris se furtou de falar de questões raciais. "O que nós queremos passar é que nós não devemos olhar a aparência, e sim o coração. Em cada personagem, a gente precisa olhar o coração. Independentemente da cor, da raça, não importa, o coração é o que importa."

No decorrer do evento, contudo, ela tocou em outra ferida social: o etarismo. "Quando eu completei 40 anos, todo mundo falou: 'Nossa, não vai sair mais, está doente', como se eu fosse uma velha. Depois dos 50, 'nossa, você já tá no começo do fim da vida'. Agora eu vou fazer 75 e estou firme. O corpo pode envelhecer, mas nossa mente fica sempre viva. Depende do esforço de cada um de buscar, de conhecer, de relacionamentos, de amizades. Meu propósito de vida é transmitir para as pessoas, para as crianças, um pouco disso."

Com nove novelas no currículo, ela já conhece bem todos os percalços da produção. De alfinetar a equipe de roteiristas para trabalhar presencialmente até chamar a atenção de atores por causa do ego ("nas outras novelas, eu sempre fazia questão de conversar com o elenco a respeito do ego, porque ele pode estragar a amizade e o resultado da novela", contou), a mulher de Silvio Santos está pronta a nova empreitada.

A novela estreará no próximo dia 8, às 20h45, no SBT. O elenco conta também com João Baldassarini, Lu Grimaldi, Luiz Guilherme, Karin Hils, André Mattos, Felipe Roque e Matheus Ueta. 



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