Grávida, Juma vira onça e ameaça destroçar Jove em Pantanal: 'Eu mato'

Juma (Alanis Guillen) ficará ainda mais arisca quando descobrir que está grávida em Pantanal. Assim como a onça que ronda a tapera --animal que supostamente abriga a alma de Maria Marruá (Juliana Paes)--, a mocinha fará de tudo para defender sua cria na novela das nove da Globo. Até o pai do bebê, Jove (Jesuita Barbosa), será rejeitado pela protagonista. "Eu mato ocê se fô preciso, Joventino!", definirá ela.

A fúria da menina-onça terá motivo: o Velho do Rio (Osmar Prado) estará desaparecido. Pelo menos é o que afirmará Eugênio (Almir Sater). O chalaneiro terá cuidado de um ferimento a bala do homem-sucuri, mas o encantado sumirá das vistas do colega na primeira oportunidade. O viajante, então, irá à tapera de Juma. Durante a visita, ele entregará uma faca para a jovem --aparentemente, o Velho terá usado o apetrecho de Juma para arrancar a bala.

Quando pegar o objeto, Juma finalmente cairá em si. Ela perceberá que, se estivesse na tapera, poderia ter ajudado o guardião a se curar --assim como fez quando ele foi atingido por um incêndio criminoso. Durante toda a desgraça, porém, ela estava na casa de José Leôncio (Marcos Palmeira).

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Para piorar, Jove não mostrará muita preocupação com o avô perdido. Assim que Eugênio deixar a tapera, o urbanoide voltará a grudar na mocinha. Mas ela será curta e grossa: não quer saber de carinho.

"Eu num preciso mais disso", reforçará, diante das insistentes tentativas de Jove. "Você não precisa mais disso ou de mim?, questionará o administrador. Sem paciência, ela soltará: "Dos dois". A cabeça da mocinha não sairá do Velho do Rio e do filho que carrega no ventre --o encantado terá anunciado a novidade pouco antes de sumir.

Mas Jove continuará cutucando a onça. "Quer dizer que por você está tudo bem? Eu cumpri a minha função aqui e, agora, posso voltar a morar na fazenda do meu pai?", indagará ele. A moça mandará ele ir de uma vez. O jovem, porém, lembrará que o casamento dos dois está sendo preparado.

"Casa sozinho... Eu num quero", dirá ela, seca. O rapaz continuará paciente. Ele explicará que o Velho do Rio deve estar vivo e bem, onde quer que esteja. Além disso, ela não tem culpa no cartório. Sim, foi ela que pediu para o Velho devorar Tenório (Murilo Benício), e o casal sabe que o fazendeiro atirou contra uma sucuri gigante. Mas nada assegura que ambos os eventos estão interligados.

Juma ficará ainda mais irritada. No fundo,  ela saberá que a tal sucuri gigante era o homem místico; que a bala que estava cravada na cobra é a mesma que estava no Velho do Rio. Ela reforçará a metamorfose do encantado para Jove, mas o aspirante a fotógrafo se limitará a perguntar se ela realmente já virou onça.

"Só quando eu ficava cum réiva...", repetirá ela, inocente. "Como todos os seres humanos, Juma, o seu corpo reage à raiva, ao perigo, ou quando sofre uma descarga de adrenalina... Os seus batimentos cardíacos disparam, todos os seus sentidos se aguçam e toda sua energia vital é canalizada para um único propósito: sobreviver. Como quando você arrancou a orelha daquele maldito que estava querendo te estuprar... Nessas horas você perde os medos e a razão... Você mataria alguém se for preciso", explicará Jove, didaticamente.

Será o gancho que Juma precisa para mostrar toda sua feracidade. "Eu mato! (...) Inda mais agora, que tô c’um fio no bucho! Eu mato até ocê se fô preciso, Joventino!", dirá ela, antes de sumir no interior da tapera.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor. 

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