Esforçada e dedicada, Galisteu manda bem em seu primeiro papel na Globo

Apesar de ostentar no currículo participações em peças de teatro e pequenos papéis em novelas como Xica da Silva (1996), Adriane Galisteu demorou anos para conquistar um espaço nas produções da Globo. A chance chegou e ela tem mandado bem como Zelda Larocque, a estilista falida de O Tempo Não Para.

Muito mais do que uma atriz reconhecida por seu talento, a ex-loira é uma figura televisiva. No comando de programas próprios, já passou por todas as emissoras grandes do país, como RedeTV, Record, SBT, Band e até na MTV (no finado canal aberto), sempre deixando evidente seu potencial para atrair anunciantes.

Somente no ano passado, Adriane conseguiu um pouco mais de destaque na Globo ao participar do quadro Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão. De lá para cá, não demorou muito para ganhar seu primeiro papel relevante na emissora.

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Em O Tempo Não Para, ela dá vida a Zelda, estilista que já viveu seu auge criativo e agora se vê às voltas com a crise financeira. Apesar das boas sacadas que tem, está atolada em dívidas e, por força das circunstâncias, é obrigada a dançar conforme a música. É possível até traçar um paralelo com a própria carreira de Galisteu, que se aventurou pela internet enquanto estava sem contrato com nenhuma emissora.

Zelda ainda está tímida na história de Mario Teixeira, mas mesmo assim Galisteu deu a ela um glamour extra: enfiou cacos no texto, ganhou a simpatia dos usuários de redes sociais e provou que pode conquistar ainda mais força na novela.

Sua cena mais comentada, na qual Marocas (Juliana Paiva) passa por um banho de loja, contou com uma contribuição da intérprete: foi de Galisteu a ideia de chamar o assistente Igor (Leo Bahia) de "Poc" (gíria gay usada para designar qualquer homossexual). Resultado? A atriz "quebrou a internet" e destacou a ótima dobradinha que está fazendo com Bahia, dando a ele espaço dentro da trama.

A confusão envolvendo a contratação de imigrantes ilegais no ateliê da estilista é, ainda, um bom entrecho a ser explorado na história. É a chance de se discutir um problema real da indústria fashion dentro do universo ficcional da novela.

E Zelda já andou circulando pelo núcleo "fora da lei" da trama, para saldar uma dívida antiga com Barão (Rui Ricardo Diaz), o mandachuva da Freguesia do Ó. Explorar a mistura de personagens tão diferentes pode render bons momentos ao folhetim.

Está certo que Zelda é uma personagem que não exige muito da atriz. Apesar da vilania (ela é a principal informante do fofoqueiro de plantão da trama), a estilista também tem um pé na comédia, o que deixa Galisteu mais à vontade. Sua experiência em frente às câmeras parece ter dado para a ex-apresentadora uma segurança maior para brincar em cena.

Esforçada e dedicada, Adriane Galisteu soube dar valor à chance que teve e não está fazendo feio. Se algum desavisado ligar para ela e perguntar "Como vai, Galisteu?", sua resposta seguramente poderá ser: "Bem, muito bem".