Elas por Elas exibe terceiro sequestro e já pode pedir música no Fantástico

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2021, em parceria com o ministério da Justiça e Segurança Pública, os três crimes mais cometidos no Brasil são roubo, furto e estelionato (categoria que engloba variações de golpes). Em Elas por Elas, no entanto, o cenário é diferente. A novela atravessa uma onda de sequestros: dois personagens já foram raptados, e nos próximos capítulos Jonas (Mateus Solano) será a terceira vítima. As cenas denotam menos a realidade de violência no país e mais a repetitividade e a falta de criatividade no folhetim.

O sequestro de Jonas acontecerá por ordem de Helena (Isabel Teixeira). A mulher se internará numa clínica de repouso para fingir para a família que quer ser uma pessoa melhor. Mas, na verdade, dentro da clínica ela comandará uma operação criminosa com Fagundes (Antonio Tabet). A vilã mandará que o comparsa sequestre o ex-marido e o leve até ela, em cenas previstas para irem ao ar no capítulo do próximo dia 2.

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Este rapto acontecerá menos de um mês após outro sequestro que movimentou a trama. Taís (Késia) foi levada para um cativeiro por Jairinho (Francisco Vitti), que tinha interesse em cobrar um alto resgate por ela.

As cenas do desfecho do sequestro ainda devem estar vivas na memória do público, por péssimos motivos: a sequência em que Jairinho foge dos policiais e acaba atropelado por um caminhão foi muito criticada nas redes sociais, considerada tosca e malfeita.

Antes destes dois, houve ainda o sequestro de Marcos (Luan Argollo) em janeiro. O rapaz armou uma farsa com seu então amigo Jairinho. O objetivo dos dois era tirar dinheiro dos tios ricos de Marcos. Este crime voltará à novela também nos próximos capítulos, quando Pedro (Alexandre Borges) conseguir a comprovação de que seu sobrinho participou de toda a armação.

Os três sequestros evidenciam o problema de repetitividade em Elas por Elas. A mesma artimanha é usada por vilões para assustar e extorquir suas vítimas --dois dos sequestros tiveram como alvos a mesma família rica, aliás. Não há a mínima criatividade para a implementação de outras tramas, outros crimes ou até mesmo a entrada de outros personagens, que poderiam movimentar a história e oferecer novas possibilidades de desenvolvimento.

Esta não é nem a primeira vez que Elas por Elas demonstra a questão de repetitividade. Em janeiro, duas tramas muito parecidas aconteceram na mesma semana. Giovanni (Filipe Bragança) terminou com Ísis (Rayssa Bratillieri) ao descobrir que ela já sabia que ele não era filho biológico de Helena e Jonas. Quase ao mesmo tempo, Lara (Deborah Secco) terminou com Mário (Lázaro Ramos) ao descobrir que ele já sabia que Taís era a amante de Átila (Sergio Guizé). Dois casais brigaram em circunstâncias parecidas.

O excesso de repetições tem como consequência a falta de interesse do público. Acompanhar uma novela que parece andar em círculos e apresentar sempre os mesmos conflitos é algo que deixa até o noveleiro mais convicto desanimado, se sentindo enrolado.

É desta forma que Elas por Elas se encaminha para sua reta final. A novela tem previsão de chegar ao fim em abril. Até lá, o público terá poucos atrativos e surpresas aos quais se agarrar --o mistério sobre quem matou Bruno (Luan Argollo) deve permanecer como a última e única trama que ainda gera um pouco mais de interesse.

Escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, Elas por Elas é uma releitura da trama criada por Cassiano Gabus Mendes (1927-1993) em 1982. A novela deve ser substituída por No Rancho Fundo, de autoria de Mario Teixeira, na faixa das seis da Globo.

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