POR ONDE ANDA?
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Miriam Freeland na pele de Candoca, em O Cravo e a Rosa (2000); hoje atriz vive em Portugal
Há vinte e dois anos, desde que O Cravo e a Rosa (2000) foi exibida pela primeira vez na Globo, Miriam Freeland é chamada nas ruas por Candoca, sua personagem no folhetim. Atualmente, a novela é reprisada novamente na emissora, e Miriam, de 43 anos, ainda é reconhecida pelo papel mesmo em Portugal, onde vive atualmente. Ela segue trabalhando como atriz, com foco em uma peça infantil.
"Até hoje Candoca é uma personagem carismática, as pessoas adoram, não sei por que cativou. Acho que pelo contexto dela, de ser uma pobre menina abusada. Acho que tem algum carisma, alguma coisa que toca as pessoas", opina a atriz.
Na trama, Candoca sofre muito por amor. Primeiro por Edmundo (Ângelo Antônio), professor que é apaixonado por sua amiga Bianca (Leandra Leal), e depois por Celso (Murilo Rosa), rapaz que também gosta de Candoca, mas mantém um caso às escondidas com Dinorá (Maria Padilha).
No final, Candoca fica com Celso, mas Miriam Freeland não aprovou totalmente esse desfecho. "Acho que a personagem não merecia. Ela ficou com quem ela queria, porém ele não foi tão legal. Não sei se ela merecia coisa melhor (risos)".
Para ela, no entanto, a personagem teve um papel muito importante em sua vida pessoal. Foi a primeira novela de Miriam com um papel fixo e a primeira que fez após sua filha nascer. Na época de O Cravo e a Rosa, a atriz ainda estava amamentando e passou alguns perrengues por isso.
"Às vezes no meio da gravação meu peito enchia de leite, eu tinha que tirar no banheiro pra não sujar a roupa, às vezes sujava. Então tenho um afeto especial, foi um momento marcante da minha vida, muitas coisas estavam acontecendo comigo", conta.
"A Adriana Esteves também tinha acabado de ter filho, o Eduardo Moscovis estava com as gêmeas pequenas, a maternidade me uniu muito com eles. E eu era mais nova, mais xodó também. A Bia Nunes foi uma companheira generosíssima, uma mãe da ficção por quem tenho muito carinho. Enfim, a novela tem esse lado afetivo, e era um elenco que tinha alegria de estar junto, acho que isso passava nas cenas. Fica esse lugar no coração das pessoas", diz.
A última novela de Miriam foi Tempo de Amar (2017), e na TV paga ela atuou durante seis anos na série D.P.A. - Detetives do Prédio Azul, do Gloob. Desde 2020 vive em Portugal com o marido, o ator Roberto Bomtempo, e os dois filhos, Maria Helena e Miguel.
"É um planejamento familiar, de a gente ter a possibilidade também de abrir um mercado aqui, ter contato com atores daqui, diretores daqui, viver essa experiência, principalmente com nossos filhos. Maria Helena vai fazer 23 anos, tá fazendo Turismo, e Miguel tá em escola aqui, com 10 anos, então acho que é um desejo de abrir, não ficar na mesma vidinha sempre, ter uma experiência diferente, ampla, podendo trabalhar, podendo trocar com artistas daqui", explica.
A atriz está se apresentando em Portugal com a peça infantil Diário de Pilar, que ela também produz. Miriam deve voltar ao Brasil no segundo semestre, trabalhando no mesmo projeto, e não descarta voltar às novelas, desde que possa continuar se dividindo entre os dois países.
"O mercado tá aberto, a ideia é justamente trabalhar no Brasil e aqui abrir as possibilidades. A gente conseguiu construir uma vida em que a gente pode se permitir essas coisas. Isso é fruto do nosso trabalho, da nossa dedicação e do nosso empenho. A gente quer que os filhos vejam que é possível mudar tudo, ter coragem, e ao mesmo tempo não mudou nada [nas relações]. Se tiver que voltar pro Brasil pra fazer algum trabalho, tá tudo certo também", afirma.
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