ANÁLISE
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Sol (Sheron Menezzes) na cena em que é chantageada por Theo (Emilio Dantas) na novela Vai na Fé
Vai na Fé chega ao fim na sexta-feira (11) com uma trajetória quase perfeita. Pesaram contra as últimas semanas arrastadas, que testaram a paciência do público. Elogiada por escrever histórias que dialogam com a atualidade e trazem frescor, Rosane Svartman escorregou ao inventar uma chantagem folhetinesca das mais bizarras, pesou a mão no tempero, mas não o suficiente para o caldo desandar de vez.
Quem foi fisgado pela história de superação de Sol (Sheron Menezzes) se acostumou a acompanhar durante meses uma mocinha que foge ao estereótipo de chorona e sofredora. Ela teve seus dramas, claro, mas fez de tudo para manter as rédeas da própria vida e mudar a realidade para conquistar seu sonho de ser artista.
Diante disso, foi um pedágio caro demais para se pagar ter que ver a dançarina ficar rendida com uma chantagem barata do vilão Theo (Emilio Dantas) faltando 15 dias para o capítulo final: se não terminasse o namoro com Ben (Samuel de Assis), o crápula faria mal a Jenifer (Bella Campos).
Sem mais nem menos, Sol vestiu a capa de uma mocinha indefesa dos folhetins à moda antiga. Tremeu de medo, terminou o namoro e ainda deu um beijo em Lui (José Loreto) para enganar o malvadão.
Quase tão difícil quanto acreditar que uma mulher forte como Sol se renderia a um capricho baixo desses foi engolir que Jenifer virou uma garotinha inocente de uma hora para outra. Justo ela, que estava em meio a uma investigação para levantar provas contra o próprio pai.
Pior ainda: o público que embarcou em todo o arco desenhado pela autora ficou meses sendo abastecido com argumentos nada maniqueístas. A narrativa mostrou que aquele amigo que fala atrocidades "só de brincadeira", como Theo fazia desde a juventude, é capaz de cometer um estupro e, talvez, sequer se dar conta da gravidade disso. Porém, para acreditar que ele simplesmente mataria a própria filha a sangue-frio, como um vilão bem estereotipado, foi preciso voar demais.
Quando Jenifer saiu da casa do pai biológico e voltou para debaixo das asas da mãe, foi possível fingir que essa passagem bizarra nunca existiu. Mas aí veio a penúltima semana. Sem grandes emoções, os capítulos perderam energia e se tornaram uma "barriga" fora de hora. O termo dá nome àquela fase em que nada de relevante acontece nas novelas, o que normalmente ocorre no meio da história. Vai na Fé, no entanto, teve essa baixa justamente quando deveria estar preparando o público para um grand finale.
Em vez disso, a autora da novela das sete da Globo optou por evoluir pouco nas histórias principais nessa reta final. O cerco contra Theo até foi se fechando, mas a passos bem lentos, nada que provocasse grande comoção nos fãs.
A patinada no final não tira o mérito da trama popular, divertida e emocionante escrita por Rosane Svartman, mas o público terá que esperar pelo menos até esta quarta (8) para que os capítulos ganhem aquele jeitão de final de novela.
Vai na Fé será substituída por Fuzuê, de autoria de Gustavo Reiz, que está sendo gravada nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e estreia na próxima segunda (14). O folhetim contará com Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa nos papéis principais de mocinha e vilã, respectivamente.
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Os capítulos de Vai na Fé são fornecidos pela Globo e estão sujeitos a alteração sem aviso prévio
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