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ESTREIA DIA 8

Clichê e muito drama: Terra e Paixão tem tudo para enterrar Travessia de uma vez

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Bárbara Reis como Aline em cena da novela Terra e Paixão, da Globo

Aline (Barbara Reis) é a protagonista de Terra e Paixão: substituta de Travessia tem missão difícil

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 1/5/2023 - 6h30

Terra e Paixão chega à Globo com a missão de elevar os índices do horário nobre da emissora, que conseguiu se reerguer com Pantanal (2022), mas caiu mais uma vez durante Travessia. Para superar sua antecessora, a novela de Walcyr Carrasco não precisa de muito: apenas apostar no clichê.

O folhetim de Gloria Perez não conseguiu segurar as pontas porque deixou furos que o público não engoliu. Como a mocinha Brisa (Lucy Alves) foi tão inocente a ponto de não ter um perfil na rede social que a ajudasse? Por que Moretti (Rodrigo Lombardi) odeia tanto Oto (Romulo Estrela)? Ari (Chay Suede) se tornou vilão a custo de quê?

Mesmo após o primeiro mês inteiro de Travessia, ainda não dava para saber qual era a história de Brisa ou o porquê de ela ser protagonista. A trama andou em círculos, não utilizou bem os 179 capítulos e desperdiçou um elenco talentoso com núcleos coadjuvantes e sem desenvolvimento.

De olho no sucesso de Pantanal, a Globo vai apostar mais uma vez em uma história com ambientação rural. Dá para perceber a marca de Carrasco logo nas chamadas da novela. Briga de família por poder, um galã incompreendido, mocinha com sede de vingança e vilanias que ultrapassam os limites.

É inegável que o autor de A Dona do Pedaço (2019) sabe como conquistar a audiência com tramas simples e diálogos muitas vezes rasos. Resta saber se ele conseguirá elevar o horário com os mais de 200 capítulos previstos para a novela. Abaixo, o Notícias da TV listou o que Terra e Paixão precisa entregar para se sair melhor que Travessia.

Quanto mais simples, melhor

Se Travessia confundiu os telespectadores ao abusar da tecnologia, a nova novela tem uma trama que cabe na boca do povo: mocinhos lutam por um amor proibido enquanto os vilões atrapalham tudo. O fato de não complicar nem criar situações mirabolantes entre os personagens aproxima quem já está acostumado a dar audiência para a emissora.

Heroína precisa ser burra?

Brisa encarou altos e baixos, mas não teve a sanidade de perceber que vive num mundo moderno, com tecnologias e muitos recursos a seu favor. Aline (Barbara Reis) precisará bater de frente com os problemas e não se lamentar quando as coisas ruins acontecerem. De quebra, a heroína das nove tem que ter sangue nos olhos para acabar com os vilões, além de não ser submissa a uma trama de amor.

Carisma, farofa e bordões

O núcleo de Vila Isabel em Travessia tentou ser o bar da dona Jura (Solange Couto) de O Clone (20001). O estabelecimento recebeu famosos, personagens, mas não surtiu o efeito desejado do alívio cômico. Terra e Paixão também terá um bar, comandado por Cândida (Susana Vieira).

A empresária receberá todo tipo de gente no local e é conhecida por guardar grandes segredos dos moradores, inclusive da vilã Irene (Gloria Pires), que se prostituiu quando era jovem. Carrasco imitou Gloria ao reciclar um núcleo de sucesso de sua outra novela, O Outro Lado do Paraíso (2018), que tinha um bordel onde os mistérios também se concentravam.

Vilões para infernizar os mocinhos

Moretti (Rodrigo Lombardi) ficou com o posto de vilão desde o início de Travessia, e então dividiu o título com a dubiedade de Ari (Chay Suede). A novela rural já tem dois antagonistas declarados: Antônio de la Selva (Tony Ramos) e sua mulher, Irene. Graça (Agatha Moreira) também vai atrapalhar a vida de Aline, que se envolverá com seu noivo, Daniel (Johnny Massaro).

Merchan social com apelo

Dentre os temas abordados no folhetim de Gloria Perez, todos envolviam a tecnologia: o vício em jogos online de Theo (Ricardo Silva); o drama de Karina (Danielle Olímpia), vítima de pedofilia online; e a deepfake, que colocou Brisa na cadeia e usou a imagem da atriz Bruna Schuler (Giullia Buscacio). Todos, no entanto, retratados com muitos estereótipos e de forma rasa.

Terra e Paixão mistura tudo em um grande caldeirão: representação dos povos indígenas, violência doméstica, albinismo, bullying, homofobia, críticas ao agronegócio, pornografia na internet, alcoolismo, prostituição, depressão e por aí vai. Carrasco também não é especialista em dar profundidade aos temas sociais, mas precisará fazer tudo isso render em 221 capítulos. 


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