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ÁGUA VIVA

Atrizes da Globo foram ameaçadas de agressão por cena de topless em novela

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Gloria Pires e Maria Padilha estão em praia em foto preto e branco da novela Água Viva (1980)

Gloria Pires e Maria Padilha em gravação da novela Água Viva (1980); atrizes ameaçadas

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 4/2/2023 - 6h25

Há exatos 43 anos, a novela Água Viva (1980) estreava na faixa das oito da Globo. A trama escrita por Gilberto Braga (1945-2021) e Manoel Carlos foi a primeira a ousar uma insinuação de topless no horário nobre da TV, mas as atrizes sofreram ameaças de agressão durante as gravações da cena. "As pessoas jogavam areia e latas de cerveja na gente", contou Maria Padilha, que viveu Beth e tinha apenas 19 anos na época.

A jovem artista estava acompanhada de Gloria Pires, Tônia Carrero (1922-2018) e Maria Zilda Bethlem --intérpretes de Sandra, Stella e Gilda, respectivamente. Elas iriam fazer a sequência em que simulavam o topless, usando adesivos para cobrir os seios, no Posto 9 da praia de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro.

Só que as pessoas que estavam no local se revoltaram e até tentaram agredir a equipe da novela. Por isso, os trabalhos tiveram que mudar de locação. A cena foi refeita na praia de São Conrado.

"Quando gravamos a cena do topless, as pessoas jogavam areia e latas de cerveja na gente, em repúdio. E olha que nem estávamos com os seios à mostra, usávamos uma cobertura para esconder!", relembrou Maria Padilha em entrevista ao jornal O Globo.

Depois que fiz a cena do topless, as pessoas me identificavam na rua como a personagem. Elas me paravam e falavam 'tira, tira', em referência à Beth. Eu sofri bullying por causa da personagem.

"Na época que interpretei a Beth, fiquei mal por causa da recepção do público, mas hoje sou muito grata porque, se fosse um personagem mais simples, eu poderia não ter tido tanta notoriedade", reconheceu a atriz, que ficou conhecida como "a garota do topless" na época.

Água Viva girava em torno do cirurgião plástico Miguel Fragonard, papel de Raul Cortez (1932-2006). Bem-sucedido, ele condenava o estilo de vida do irmão, Nélson (Reginaldo Faria), um bon vivant que nunca tinha trabalhado e vivia de renda.

Após a morte da mulher, Lucy (Tetê Medina), na explosão de uma lancha, o médico se apaixonou por Lígia (Betty Faria). No entanto, ele não sabia que a moça já tinha uma relação com Nélson. Os dois, então, passaram a disputar o coração da ambiciosa.


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