Atriz vira chave para mistérios de Fuzuê após sequência de empregadas na TV

De cabelão comprido, batom vermelho e figurino ousado, Maria Navalha (Olivia Araujo) reapareceu em Fuzuê poderosa e cheia de mistérios, pronta para causar uma reviravolta na vida dos personagens da novela das sete da Globo. É um desafio e tanto para a atriz, que passou anos interpretando empregadas e serviçais desde sua estreia na emissora, em Ciranda de Pedra (2008), e agora se vê em um papel de protagonismo inédito em sua carreira.

"Eu sempre digo e continuarei dizendo que tenho imenso orgulho de todos os personagens que fiz. Para mim, nenhum trabalho tem menos ou mais valor, são apenas histórias diferentes e retratos de pessoas diferentes. Assim como estou orgulhosa agora de fazer a Maria Navalha, essa mulher tão forte e que tem tanto a dizer. A importância de fazê-la é enorme, porque é mais uma oportunidade de trabalhar no que amo. É mais uma oportunidade de aprender nesse dia a dia com ela", reflete Olivia em papo com o Notícias da TV.

Com 12 novelas e participações em séries no currículo, a atriz não é do tipo que fica se lamentando pelos cantos e faz questão de transformar suas dores em aprendizado. Apesar de reconhecer que teve momentos em que pensou em desistir de sua carreira artística, Olivia sentiu que tinha um chamado.

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"Faz parte da vida repensar a rota traçada, e na minha profissão isso acontece muito, porque a gente vive com a instabilidade, o artista não sabe se terá um próximo papel e como será. Mas tem uma coisa, um chamado, uma vontade lá dentro da gente que é tão grande que, mesmo nos momentos mais difíceis, quando eu pensava em jogar a toalha e seguir outro caminho, alguma coisa me dizia --e ainda me diz--: 'Tenta um pouco mais'", conta.

Poder se mostrar de outra forma para o grande público tem deixado Olivia ansiosa. "Estou bem empolgada e ansiosa para saber como o público vai recebê-la, afinal foram meses de preparação e muita dedicação para construir a Maria Navalha. Ela estreia agora na novela na sua nova forma poderosa, porque até então era só a memória das pessoas. Ela está vindo para mostrar quem é e quais são os seus motivos", conta a atriz de 50 anos.

Olivia não recebeu nenhuma informação privilegiada do autor Gustavo Reiz: "Ele sabe guardar segredo (risos). O que sei é o que recebi nos capítulos até o momento, estou tão ansiosa quanto o público".

Uma das muitas protagonistas pretas no ar na Globo nos últimos tempos, Olivia vê com bons olhos a tentativa da emissora de se redimir de erros do passado e dar passos importantes em direção à representatividade. "Eu percebo que o mundo está mudando. Não é possível retratar as pessoas só por um olhar. Nosso país é diverso, cheio de cultura e de povos e a Globo, como todas as outras emissoras de TV, está se alinhando."

"Estamos caminhando com a clareza de que ainda há muito a ser feito, que é olhar com vontade para nossa sociedade, um um retrato diverso do que nós somos. Etnia, gênero, tudo", discursa.

A atriz completa que é impossível não se emocionar ao notar tanta representatividade na tela da emissora mais vista do país: "Fico feliz, porque são talentos que sempre estiveram aí em busca de oportunidade e que agora o público tem a chance de conhecer. Porque é bom olhar para o lado e ver outros pretos conquistando, outros sendo valorizados pelo que já fizeram e seguem fazendo. Tudo fica mais rico se podemos trocar as experiências com todos. Todos aprendemos, todos ficamos melhores".

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