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Império

Alérgica a pobres, Maria Marta vira o novo Caco Antibes da TV

Divulgação/TV Globo

A atriz Lília Cabral interpreta a madame Maria Marta na novela Império, da TV Globo - Divulgação/TV Globo

A atriz Lília Cabral interpreta a madame Maria Marta na novela Império, da TV Globo

MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 3/9/2014 - 0h50
Atualizado em 4/9/2014 - 6h33

Esculachar os pobres é uma das manias de Maria Marta, personagem de Lilia Cabral em Império. A madame fica com a língua ainda mais afiada quando solta seu lado Caco Antibes na novela da Globo. “Parece comunismo. Querem que eu divida tudo com a pobretada?”, disse a perua em cena. O tom irônico e esnobe lembra o loiro de “sangue azul” do extinto humorístico Sai de Baixo, interpretado por Miguel Falabella.

Não é de hoje que os personagens com frases ferinas fazem sucesso na TV. Félix (Mateus Solano), de Amor à Vida, foi o último representante do gênero a figurar no horário nobre da Globo. Com menos de dois meses no ar, Maria Marta já mostra que esse lugar agora é seu. Ela deve entrar para a lista das memoráveis metidas à besta das telenovelas, como Yolanda Pratini (Joana Fomm), de Dancin’ Days (1978), e Odete Roitman (Beatriz Segall), de Vale Tudo (1988).

Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia brasileira e latino-americana, afirma que personagens que desdenham os pobres sempre caíram no gosto do público. Não só nas novelas, mas na ficção em geral. Ele revela que o escritor José de Alencar foi pioneiro no assunto no Brasil no texto de Senhora.

“Não por um acaso, Alencar foi também um dos inspiradores do início de carreira de Gilberto Braga [que adaptou para a Globo o romance dele, em 1975]. Depois, Gilberto foi expandido esse tipo de personagem em novelas como Dona Xepa [a Glorita, de Ana Lúcia Torre], Água Viva [Lourdes Mesquita, de Beatriz Segall] e O Dono do Mundo (Constância Eugênia, de Nathalia Timberg]”, explica Alencar.   

Segundo o especialista, essas “figuras sociais” provocam uma catarse, e as atuações de seus intérpretes é o que determina a empatia. “Basta recordarmos das preconceituosas e sarcásticas mãe e irmãs de Cinderela”, compara.

Alencar diz que Aguinaldo Silva, autor de Império, já escreveu outras memoráveis versões de “Caco Antibes de saia”. Tereza Cristina (Christiane Torloni) de Fina Estampa (2012), Regina (Letícia Spiller) de Suave Veneno (1999), Altiva (Eva Wilma), de A Indomada (1997) e Perpétua (Joana Fomm), de Tieta (1989) são ótimos exemplos, aponta o estudioso.

Confira dez pérolas ditas por Maria Marta sobre os pobres:

1 ► “Parece comunismo. Querem que eu divida tudo com a pobretada? Estou me sentindo a própria raspadinha. Todo mundo está querendo tirar uma casquinha de mim.”

Após dar um cheque a Cristina (Leandra Leal) e ser chantageada por Lorraine (Dani Barros)

2 ► “Saiu da pobreza, mas a pobreza não saiu dele.”

Sobre o comportamento de José Alfredo (Alexandre Nero)

3 ► “Vou dormir e sonhar com um mundo sem pobres.”

Em um dos momentos de desabafo com Silviano (Othon Bastos)

4 ► “Essa cidade está infestada de lugares feios e pobres.”

Ao descobrir que o marido estava bebendo em um bar “pé sujo”

5 ► “Meu Deus, toalha de crochê!”

Referindo-se a decoração simples da casa de Cristina

6 ► “Como eu nunca fui pobre e nem pretendo ser, nunca perco o apetite, allons enfant!”

Em um café da manhã após um barraco na mansão

7 ► “Apesar de todo o dinheiro que ganhou, você continua com este bodum, este cheiro de pobre.”

Durante discussão com José Alfredo

8 ► “Empregado, não. Mordomo! Empregado todo mundo tem.”

Em uma conversa banal com Danielle (Maria Ribeiro)

9 ► “Não vou discutir questões sociais com você nem do abismo que existe entre nós.”

Durante um embate com Lorraine

10 ► “Era o que me faltava: dar atenção a pé de chinelo.”

Disse em voz alta ao ter de receber Lorraine em sua casa


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