ALLAN FITERMAN
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Aguinaldo Silva e Allan Fiterman; autor não gostou do trabalho do diretor em O Sétimo Guardião
O autor Aguinaldo Silva admite que O Sétimo Guardião (2018) foi a novela mais problemática de sua carreira como novelista. Ele aponta alguns fatores que prejudicaram o andamento da trama, e cita o trabalho de Allan Fiterman --que atualmente é diretor artístico de No Rancho Fundo. Para o escritor, o cineasta fez uma leitura equivocada de O Sétimo Guardião.
Silva lista os problemas da novela em um capítulo de seu livro Meu Passado me Perdoa: Memórias de uma Vida Novelesca, lançado neste mês.
O autor conta que achou que o diretor de O Sétimo Guardião seria Rogério Gomes, conhecido como Papinha, com quem já havia trabalhado em Império (2014). Papinha foi diretor artístico da trama, mas Aguinaldo Silva acredita que a novela foi mais conduzida por Allan Fiterman, o diretor-geral.
"Quem deu o tom da novela e pode-se dizer que assumiu seu comando foi Allan Fiterman, um diretor que fazia parte da equipe [de Papinha], sem que, por uma falha de comunicação não sei de quem, me informassem sobre isso antes de iniciados os trabalhos", escreve ele.
"O problema é que o novo diretor fez a leitura da novela como se ela fosse uma história de terror, e não de realismo mágico. A diferença entre um gênero e outro é abissal, como os fãs de um e outro sabem", pontua o autor.
Silva ainda ressalta que o telespectador não quer ver uma história pesada antes de dormir, e que o tom de fábula e brincadeira que havia dado à história foi "simplesmente ignorado".
"[A novela] Se transformou numa trama cheia de eventos de grande impacto, mas fora do contexto e inexplicáveis", acrescenta. O autor ainda declara que algumas cenas, falas e ações foram cortadas dos capítulos, o que teria deixado as tramas mais confusas.
Ainda assim, Silva afirma que não foge à sua responsabilidade. Ele considera que errou ao não se posicionar contra os rumos tomados pelo diretor.
Sim, a novela não deu certo porque o diretor resolveu reescrevê-la na sua direção, mas o fato é que também errei, pois, mesmo percebendo isso, deixei o barco correr solto.
Procurada para comentar as declarações de Aguinaldo Silva contra o diretor Allan Fiterman, a Globo não se pronunciou até a publicação deste texto. Caso o faça, ele será atualizado.
Além desta questão, Aguinaldo Silva acredita que o clima ruim nos estúdios também foi muito prejudicial à trama. "O disse me disse corria solto. Havia na equipe pessoas altamente desagregadoras, e a ação delas culminou com o boato segundo o qual a recém-casada Marina Ruy Barbosa e o galã José Loreto estavam, nas palavras exatas como a história foi divulgada, 'se pegando'", lembra o autor.
Este rumor se tornou de fato um escândalo na mídia e nos bastidores da novela. O casamento de José Loreto e Débora Nascimento terminou, e Marina Ruy Barbosa chegou a ligar chorando para o autor, dizendo que as fofocas sobre um suposto caso entre ela e Loreto eram falsas. Silva acreditou na atriz, mas considerou que o bafafá provocou "danos irreparáveis" na novela.
Até entre os roteiristas colaboradores do autor havia um clima pesado, segundo Silva, com "uma certa disputa de poder". Diante de todos os problemas, ele diz ter ficado desinteressado da novela.
"Deixei que a corrente levasse O Sétimo Guardião para onde o diabo a carregasse, escrevi sozinho os últimos 18 capítulos já em Portugal, onde buscava refúgio, e, quando eles foram ao ar, nem sequer me dei ao trabalho de vê-los. E não os vi até hoje, nem estou interessado", encerra.
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